Circunferência de pescoço e sua associação com fatores de risco cardiovascular em adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Faria, Bruno [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2697640
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/47359
Resumo: Introdução: O excesso de peso se tornou um problema de saúde pública em todo o mundo e sua prevalência aumentou rapidamente nas últimas décadas, atingindo cerca de 200 milhões de crianças, das quais 40 a 50 milhões são consideradas obesas. A obesidade na infância se associa com aumento da pressão arterial (PA), hipertrigliceridemia, baixo HDL-colesterol e metabolismo anormal da glicose. A adiposidade central está mais relacionada com alterações metabólicas e risco cardiovascular que a adiposidade corpórea total. A medida da circunferência do pescoço (CP) é um método de fácil realização, que pode servir como screening para identificação de adiposidade central e, consequentemente, de riscos metabólicos. Objetivos: Verificar as associações entre as medidas da CP e da circunferência abdominal (CA) com valores de PA, perfil lipídico, glicemia e insulinemia de jejum em adolescentes obesos, e verificar a reprodutibilidade da medida da CP. Métodos: 82 adolescentes entre 10 e 17 anos foram incluídos no estudo, sendo 43 (22 meninos e 21 meninas) com obesidade e 39 (20 meninos e 19 meninas) eutróficos. Foram realizados: medidas de peso, estatura, CP, CA, cálculo do índice de massa corpórea (IMC) e aferição da PA em todos os indivíduos da amostra. Perfil lipídico, HOMA-IR, glicemia e insulinemia de jejum foram avaliados no grupo dos obesos. Variáveis quantitativas foram expressas como médias e desvios padrão dos valores, enquanto as variáveis qualitativas foram expressas como frequências. Para avaliação estatística dos resultados foram feitas comparações entre os grupos, utilizando-se teste T de Student para o caso de variáveis quantitativas e teste do qui-quadrado para o caso de comparações de frequências das variáveis qualitativas. Nas análises de regressão linear, as medidas da CP e da CA foram consideradas variáveis de exposição, enquanto as medidas de risco cardiovascular como pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD), perfil lipídico, glicemia, insulinemia e HOMA-IR foram consideradas variáveis de desfecho. Todos os testes foram bicaudais e em todos foi adotado o limite de 5% (p<0,05) para rejeição da hipótese de nulidade. Avaliamos a concordância entre as medidas da CP entre os diferentes observadores, pela análise de concordância entre métodos de Bland-Altman. Resultados: Foram observadas associações significantes e positivas da CP com IMC, CA, PAS e PAD, insulinemia e HOMA-IR e associação significante e negativa com o HDL colesterol. Foi encontrada discordância entre os observadores para a CP de 5,19% no total da amostra e de 10,5%, entre os obesos. DISCUSSÃO: Entre as associações encontradas com a CP, deve ser destacada a relacionada com a PA, considerando ser a hipertensão arterial um dos fatores de risco mais bem estabelecidos para os eventos cardiovasculares futuros. Tanto a CA quanto a CP se associaram com os mesmos fatores de risco, mas cabe ressaltar que a CP é uma medida muito mais fácil de ser realizada. Conclusão: Os achados desse estudo fortalecem o conhecimento atual acerca da utilização da CP como um instrumento importante para identificar indivíduos com adiposidade central e risco de hipertensão arterial sistêmica, resistência insulínica e como uma medida antropométrica adicional à CA.