Embranquecer o passado, questionar o presente, aspirar ao futuro: percepções sobre raça, classe e gênero entre os jovens do município de Osasco (SP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Farias , Ana Carolina Batista de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/72288
Resumo: Este trabalho tem por objetivo compreender o que os jovens frequentadores de três escolas estaduais situadas no município de Osasco (SP) em diferentes pontos da cidade têm a nos dizer sobre experiências com a branquitude aspiracional (conceito original desenhado nesta tese em diálogo com a banca de qualificação) e com os marcadores sociais subalternizados. Com base em uma etnografia, foi possível conviver com diversos interlocutores e construir uma narrativa sobre as múltiplas juventudes da cidade. Alguns deles possuem maiores acessos a oportunidades como candidatos à boa projeção de futuro por estarem situados em seus privilégios, seja de território, seja da cor da pele, enquanto outros são vistos como futuros cidadãos não tão promissores justamente por estarem no entrecruzamento de avenidas identitárias. À primeira vista, essa parece uma leitura condicionada ao determinismo, contudo as narrativas dos interlocutores ganham outro sentido a partir do revide de jovens ditos subalternizados que lutam todos os dias por sua sobrevivência, convivem supostamente com problemas de saúde mental e reinventando suas próprias histórias, questionando os modelos adultos centrados na branca cisheteronormatividade em nome de outros jeitos de pensar sobre si, sobre seu grupo social e suas projeções de futuro. As considerações finais revelam que não há um único jeito de ser jovem no município de Osasco, assim como não é possível capturar uma única expectativa de futuro comum entre eles, uma vez que a branquitude aspiracional opera com tamanha sofisticação e atravessa das mais variadas maneiras jovens brancos e não brancos.