Análise da frequência, viabilidade e caracterização genética do Toxoplasma gondii em diversos tipos de amostras provenientes de diferentes regiões do Brasil
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=10072882 https://hdl.handle.net/11600/64860 |
Resumo: | Objetivo: Determinar a frequência de DNA de Toxoplasma gondii (T. gondii) em retinas provenientes de Bancos de olhos, linguiças, salames e em corações de porcos frescos, analisar a viabilidade do parasita e caracterizar geneticamente a cepa do T. gondii nas amostras de coração de porco. Métodos: O total de 162 olhos foi obtido nos bancos de olhos de Manaus (n=60), São Paulo (n=60), Chapecó (n=26) e Joinville (n=16). As 118 amostras de linguiças (n=59) e salames (n=59) foram obtidas de 8 produtores diferentes provenientes do Rio Grande do Sul; e 35 amostras de corações de porcos frescos foram obtidas de um abatedouro localizado na cidade de Erechim. As retinas foram analisadas macroscopicamente, coletadas, o DNA foi extraído e a técnica de reação em cadeia da polimerase quantitativa realizada para detectar o T. gondii usando o marcador B1. Após a coleta, as amostras de linguiça e salame foram picadas, o DNA foi extraído e o qPCR foi realizado por meio do marcador B1 de T. gondii. Em seguida, quantificou-se o DNA do parasita em todas as amostras. Em relação às amostras de corações de porcos, o DNA foi extraído e o qPCR foi realizado para o marcador B1. A técnica de reação em cadeia da polimerase - polimorfismo de fragmentos de restrição (PCR-RFLP) foi utilizada para genotipagem da cepa de T. gondii. As amostras positivas no qPCR foram digeridas e inoculadas em camundongos para análise de viabilidade. Resultados: Nossos achados mostraram uma maior frequência de DNA de T. gondii nas retinas de Joinville (25%) quando comparadas à de Manaus (5%). Não foi encontrado DNA de T. gondii nas retinas de São Paulo e Chapecó. A análise macroscópica determinou que as lesões encontradas nas retinas eram compatíveis com toxoplasmose nas seguintes frequências: Joinville (62,5%), Manaus (10%), São Paulo (6,7%) e Chapecó (15,4%). A frequência de DNA de T. gondii no total de amostras de linguiças e salames foi de 39% (46/118) e houve maior frequência de positividade nas linguiças (47,5%) quando comparadas aos salames (17%). No entanto, a concentração média de parasitas foi significativamente maior nas amostras de salame (p=0,006). Os resultados relacionados aos corações dos porcos mostraram 25,7% (9/35) das amostras com DNA de T. gondii. A genotipagem revelou um novo genótipo atípico, designado TgPkErBra, em uma amostra de coração de porco. Das 9 amostras que foram positivas no qPCR, 5 foram inoculadas intraperitonealmente em camundongos e observamos que 4 animais (40%) apresentaram sinais clínicos de infecção por T. gondii. Entre esses 4 camundongos, 3 tiveram qPCR positivo para o T. gondii no pulmão, 1 no fígado e 2 no cérebro. A análise histopatológica dos olhos desses animais mostrou desorganização da retina, descolamento da retina, presença de células inflamatórias e fibrose. Conclusões: Esses estudos confirmaram a alta frequência de DNA toxoplásmico presente nas retinas de Banco de Olhos e em carne de porco e seus derivados provenientes do sul do Brasil. Além disso, a presença do DNA de T. gondii em linguiças frescas, salames curados e corações de porcos frescos podem ser uma fonte importante de infecções e um risco à saúde pública a ser considerado. Nossos dados indicam que a carne de porco pode conter T. gondii vivo, podendo esse resultado estar associado à alta frequência de toxoplasmose no sul do Brasil. Nós também caracterizamos uma nova cepa de T. gondii nessa região. |