Análise da associação entre transtorno por uso de álcool e alterações no controle inibitório

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Conte, Rafael [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69055
Resumo: Objetivo: Avaliar os efeitos induzidos pelo álcool sobre o controle inibitório, por meio de testes comportamentais e neuroimagem estrutural (morfologia baseada em vóxel) e funcional (análise de conectividade). Assim como, analisar alterações neurotróficas e estruturais no cérebro e a presença de comorbidades através da avaliação dos sintomas de ansiedade e depressão. Métodos: Foram constituídos dois grupos de voluntários, grupo Controle (CO; n = 46) do Hospital São Paulo da UNIFESP e grupo transtorno por uso de álcool (TUA) (AL; n = 48) com pacientes do Centro de Tratamento Bezerra de Menezes. Foram aplicados um questionário sociodemográfico e o Teste de Triagem de Tabagismo e Envolvimento com Álcool e Substância (ASSIST). O teste de Stroop foi realizado para avaliar a capacidade de inibição comportamental. O Inventário de Traço e Estado de Ansiedade (IDATE) e o Inventário de Depressão de Beck (BDI) foram aplicados para avaliar os sintomas de ansiedade e depressão, respectivamente. Além disso, o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) foi avaliado a partir de amostras de plasma como um indicador de neuroplasticidade relacionada ao álcool. A ressonância magnética funcional de estado de repouso foi realizada para acessar os parâmetros de integridade morfométrica e conectividade cerebral. Resultados: Os resultados mostraram que o IDATE e o BDI indicaram uma maior prevalência de sintomas de ansiedade e depressão no grupo AL, e o desempenho geral no teste Stroop foi diminuído no grupo AL em comparação ao grupo CO. Não houve diferença na concentração de BDNF entre os grupos. A análise morfométrica indicou redução de volume da substância branca em regiões frontais e parietal do cérebro no grupo AL. Quanto à conectividade funcional, foram detectadas alterações entre a rede de saliência e regiões cerebrais relacionadas ao controle cognitivo e atencional (observando aumentada conectividade para com regiões parahipocampais e frontais, e diminuída para com regiões talâmicas, frontais, parietais e temporais; quando comparando controles e o grupo AL) controlando para o uso de medicação e idade. Conclusões: Pode-se concluir que o TUA ocorreu em conjunto a comportamentos relacionados à depressão e ansiedade e foi associado a alterações na estrutura e conectividade cerebral em regiões de controle cognitivo e atencional que também estão envolvidas em estados de ansiedade e depressão.