Análise das percepções de jovens e adultos surdos sobre o status da Libras em suas vidas e na escola bilíngue

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Nogueira, Desirée Ferreira [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67050
Resumo: A Língua Brasileira de Sinais (Libras) propicia o desenvolvimento intelectual, emocional e social das pessoas surdas. Ela oferece essa condição porque é uma língua plena, em todos os aspectos. Reconhecemos que o desenvolvimento humano se dá com base nas relações sociais possibilitando o desenvolvimento da língua/linguagem. Desta forma as contribuições de Vigotsky e alguns apontamentos de Bakthin embasaram este trabalho, pois ambos apontam que as relações sociais e linguísticas, que a criança estabelece desde o início de sua vida, favorecem a aquisição da língua. Sabemos que grande parte das crianças surdas, na melhor das hipóteses, só terão acesso à Libras ao iniciar seu processo educacional. Mesmo que tardiamente, a Libras promove o acesso ao conhecimento de mundo e à cultura. Vigotsky ainda aponta que o aprendizado de uma segunda língua se apoia no conhecimento que a pessoa tem de sua língua materna. Desta forma, a Libras, além de cumprir a função comunicativa, também tem todos os requisitos para apoiar o ensino da Língua Portuguesa. De natureza qualitativa, a pesquisa tem por objeto de estudo o ensino da Língua de Sinais (LS), como ela está sendo desenvolvida nas escolas bilíngues e o quanto de conhecimento as pessoas surdas têm sobre a própria língua. Ela foi mediada por pesquisa bibliográfica, estudo de campo e análise dos dados. Contempla o segmento de pessoas surdas que utilizam a Libras como primeira língua (L1) e tiveram o seu desenvolvimento educacional em escolas de surdos na Grande São Paulo. A abordagem microgenética descrita por Góes, que tem por base a teoria histórico-cultural de Vigotsky, é o suporte metodológico para a coleta e análise dos dados. Por meio de entrevistas individuais e coletivas, realizadas de forma remota, 22 pessoas surdas relataram as suas experiências educacionais, revelando que não aprenderam sobre a organização linguística da Libras no período escolar, e a maioria ainda não possui esse conhecimento. As entrevistas foram realizadas e gravadas na Plataforma Zoom Meeting de forma síncrona, e em seguida, traduzidas e transcritas para Língua Portuguesa. Para Vigotsky, “o método é ao mesmo tempo, pré-requisito e produto, o instrumento e o resultado do estudo”. (GÓES, 2000). A realização das gravações foi o instrumento para efetivar o estudo de campo e se tornou em fonte de dados, pois com base nas respostas dos entrevistados, nas reações apresentadas frente aos questionamentos, na mudança dos discursos influenciados pela interação social e os relatos das experiências de vida de cada um, foi possível obter os resultados desta pesquisa. Os dados obtidos ajudaram a compor o referencial teórico, além de responder as indagações iniciais da pesquisa. Apontamos uma reflexão sobre a necessidade de iniciar o ensino dos aspectos linguísticos da Libras, levando os alunos a conhece-la plenamente, para que ela seja um aporte para o aprendizado da segunda língua (L2) e consigam transitar entre as duas línguas.