Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Arantes, Henrique Pierotti [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/9043
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Osteoporose Pseudoglioma (OPPG) é uma doença rara, caracterizada por osteoporose grave de início juvenil, associada a múltiplas fraturas e anormalidades oculares. É causada por uma mutação inativadora no gene da “low–density lipoprotein receptor-related protein 5” (LRP5), que está envolvido na formação óssea. O papel inicialmente proposto para o LRP5 seria sua participação na formação de um complexo receptor, juntamente com as proteínas Frizzled e Wnt na membrana dos osteoblastos, que, quando ativados, promoveriam a estabilização da beta-catenina no citoplasma destas células e induziram a formação óssea. A teriparatida, por sua vez, é um medicamento anabólico que, portanto, atua sobre a formação óssea. Seu mecanismo de ação, entretanto, ainda não está completamente esclarecido. Em camundongos com mutação inativadora do LRP5 -/- o tratamento com teriparatida induziu a um incremento da BMD, semelhante ao obtido em camundongos (LRP5 +/+), sugerindo que o efeito anabólico do PTH não utilize a via de sinalização do LRP5. Esta constatação nos incentivou a tratar com teriparatida um de nossos pacientes portador de OPPG. Ao longo deste tratamento, entretanto, uma nova teoria sobre o papel do LRP5 surgiu, associando-o à produção de serotonina intestinal. OBJETIVOS: Avaliar eficácia terapêutica da teriparatida em um paciente adulto jovem com OPPG sobre DMO e marcadores de remodelação óssea, além de dosar serotonina sérica neste paciente, em seu irmão também afetado e em controles saudáveis. PACIENTE E MÉTODOS: Paciente masculino, 19 anos com amaurose congênita e fraturas não traumáticas desde a infância. Após 3 anos de infusões periódicas de pamidronato com resposta insatisfatória, foi iniciado a teriparatida 20 mcg/dia por via subcutânea uma vez ao dia, durante 24 meses. Amostras sanguíneas e urinárias foram coletadas em jejum pela manhã nos tempos basal e a cada 3 meses até o final do tratamento. Foram determinadas a relação do cálcio/creatinina em amostra isolada de urina e as dosagens séricas de Telopeptideo Carboxiterminal do colágeno Tipo I (CTX), Peptídeo Aminoterminal do Procolágeno Tipo I (P1NP), cálcio total e ionizado, fósforo, ácido úrico, hemograma, função hepática e renal. Densitometria óssea foi realizada por Dual energy X-ray absorptiometry (DXA) a cada 12 meses. Serotonina sérica foi dosado por ELISA (kit Fitzgerald Cat# 55R- RE59121) em um único momento, logo após o término do tratamento. RESULTADOS: Os parâmetros sanguíneos e urinários estavam normais no basal e durante o tratamento. Com relação aos marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo, notamos aumento inicial nos valores do CTX, atingindo pico no terceiro mês. O P1NP começou a aumentar no sexto mês, com pico tardio no nono mês. Apesar deste padrão não usual de resposta dos marcadores, houve aumento de 9,7% na densidade mineral óssea (DMO) em coluna lombar comparado ao basal e de 10,2% em fêmur total. As concentrações de serotonina foram duas vezes e meia maior no paciente, comparado aos valores obtidos em indivíduos normais. CONCLUSÃO: Em um paciente com OPPG previamente tratado com pamidronato, teriparatida mostrou-se segura e capaz de induzir aumento substancial da DMO de coluna lombar e fêmur proximal. Os valores elevados de serotonina plasmática concordam com os relatos descritos na literatura em outros pacientes com OPPG, mas seu papel no controle da formação óssea ainda precisa ser melhor estabelecido. |