Violência nas escolas brasileiras: fatores associados e avaliação de um programa de prevenção

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Gusmões, Júlia Dell Sol Passos [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Brasil
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/49164
Resumo: Objetivo: Avaliação do programa de prevenção ao uso de drogas #Tamojunto em relação aos padrões de violência encontrados na escola (artigo 1) e responder se o uso de drogas prediz o envolvimento em eventos violentos após 9 meses entre estudantes que participaram da avaliação do programa (artigo 2). Método: Um ensaio controlado randomizado entre 6.637 alunos de 72 escolas em 6 cidades brasileiras foi conduzido com coletas no baseline e 9 e 21 meses após o baseline. Análises longitudinais usando GEE (Generalized Estimating Equations) foram utilizadas para avaliar o efeito do programa nos 9 meses e nos 21 meses para bullying e violência física, tanto no total quanto para análises estratificadas por idade e sexo. Para as análises de predição de violência escolar utilizou-se uma CFA (Confirmatory Factor analysis) para validar os componentes de violência do questionário e regressão linear para avaliar se as variáveis do baseline referentes ao uso de drogas no último mês (álcool, tabaco, maconha, inalantes, cocaína e binge), envolvimento em episódios de violência (bullying e agressões verbal, física e sexual) e fatores sociodemográficos (sexo, classe socioeconômica, idade e grupo) impactam a violência após 9 meses. Resultados: Foi encontrado que o programa #Tamojunto reduziu a chance de receber bullying nos 9 meses de acompanhamento, principalmente para meninas de 13 a 15 anos (OR = 0,59, 95% IC [0,42, 0,84] e p = 0,003). O efeito não se manteve no tempo, perdendo a significância no acompanhamento de 21 meses. Não foi encontrado efeito para a prática de bullying nem para sofrer ou praticar violência física. Em relação às análises de possíveis fatores de risco, foi encontrado que o envolvimento anterior em episódios violentos (?=0,409, p<0,001), uso de álcool (?=0,076, p=0,038) e inalantes (?=0,036, p=0,035) predisseram maior envolvimento em eventos de violência depois de 9 meses. Ao contrário, ser do sexo feminino (?=-0,044, p=0,001) aparece como possível fator de proteção. Conclusões: Conclui-se que o programa #Tamojunto pode ter efeito de curto prazo para bullying entre meninas, porém adaptações no programa podem ser necessárias para que tal efeito se sustente ao longo do tempo. Além disso, é importante que programas de prevenção de uso de drogas abordem componentes para a prevenção tanto da violência quanto do uso de drogas simultaneamente.