Sobrecarga e qualidade de vida dos cuidadores de criança/adolescente com câncer durante o tratamento quimioterápico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Rubira, Elizete Aparecida [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/21829
Resumo: O objetivo deste estudo foi avaliar a sobrecarga de cuidado e qualidade de vida (QV) de cuidadores de crianças/adolescentes portadoras de câncer durante o tratamento quimioterápico relacioná-las entre si e com as variáveis sociodemográficas e mórbidas, além de verificar a presença de sintomas de depressão dos cuidadores de Mato Grosso. Foram estudados 160 cuidadores, provenientes de dois serviços de tratamento oncológico pediátrico. 32 de Cuiabá-MT e 128 de São Paulo. A QV dos cuidadores foi avaliada por intermédio do questionário Medical Outcomes Studies 36-item Short-Form (MOS SF-36). Formado por 36 itens agrupados em oito escalas: capacidade funcional; aspectos físicos; dor; estado geral de saúde; vitalidade; aspectos sociais; aspectos emocionais e saúde mental. Seus resultados são escalonados de zero a 100, da pior para a melhor qualidade de vida possível. E a sobrecarga subjetiva de cuidado foi avaliada pelo questionário “Cargiver Burden Scale”,- CBS, com escores que variam de 1(ausência de sobrecarga) a 4 (pior sobrecarga). Nos cuidadores de Cuiabá, ainda foi aplicado o Inventário de Depressão de Beck (BDI), composto por 21 itens, que incluem sintomas e atitudes. As respostas variam entre 0 (ausência de sintomas) a 3 (sintomas depressivos mais acentuados). A maioria dos cuidadores era mulher (88,75%), com média de idade de 35 anos, casadas (78,75%), com baixo grau de escolaridade, até fundamental completo (60%). A média de idade das crianças foi 9 anos e o diagnóstico mais freqüente foi a leucemia. As dimensões mais afetadas de QV foram aspectos emocionais, vitalidade, saúde mental e aspectos físicos. E as dimensões de sobrecarga mais comprometidas foram: isolamento, decepção e tensão geral, além do escore total. Houve correlação negativa e significante entre a dimensão saúde mental do SF-36 e o escore geral do BDI. A análise de regressão múltipla revelou que as variáveis que mais afetam a sobrecarga de cuidado foram: estado geral de saúde (R2=23,30%), aspectos sociais (R2=6,49%), vitalidade (R2=3,01%), presença de doença (R2=1,62%) e custos extras decorrentes da função de cuidador (R2=1,61%). Cuidadores de crianças/adolescentes em tratamento quimioterápico podem experimentar significante sobrecarga de cuidado e, conseqüentemente, efeitos adversos na QV e na saúde. A equipe multidisciplinar que atende as crianças com câncer, deve direcionar propostas e estratégias que garantam a inserção do cuidador, bem como intervenções que promovam seu bem estar físico, social e emocional, buscando reduzir a sobrecarga de cuidado, a manutenção de sua QV e consequentemente a assistência prestada às crianças.