Perfil nutricional e metabólico de adolescentes com obesidade submetidos a um programa de aconselhamento comportamental: ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Lambertucci, Adriana Carneiro [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9754961
https://hdl.handle.net/11600/64588
Resumo: Introdução: A obesidade é uma doença crônica, multifatorial que acomete milhões de pessoas no mundo inteiro, especialmente crianças e adolescentes. Entre os principais fatores ambientais associados ao desenvolvimento da obesidade incluem: o padrão dietético e o sedentarismo. A hipertrofia e a hiperplasia de adipócitos fazem com que um processo inflamatório seja instalado e com ele o aumento da secreção de adipocinas próinflamatórias, aumentando assim a susceptibilidade para o desenvolvimento de outras doenças crônicas não transmissíveis, como por exemplo, as doenças cardiovasculares, a maior causa de morte mundial. Estratégias para o tratamento da obesidade em adolescentes são baseadas em mudanças no estilo de vida com aumento da prática de atividades físicas e melhores hábitos dietéticos. Objetivos: Avaliar o efeito do aconselhamento comportamental associado ou não a prática de atividade física recreativa em parâmetros antropométricos, bioquímicos, e concentração circulante de adipocinas pro e anti-inflamatórias, bem como a influência da ingestão alimentar no metabolismo da glicose em adolescentes com obesidade. Materiais e Métodos: Este ensaio clinico randomizado foi conduzido com 74 adolescentes de ambos os sexos, com idade entre 13 e 18 anos, com obesidade (índice de massa corporal [IMC] z-score ≥ 2.0). Os voluntários foram randomizados em 2 grupos: Aconselhamento Comportamental (GA) (n=37) e Aconselhamento Comportamental + Atividade Física Recreativa (GAAF) (n=37). Adolescentes de ambos os grupos receberam aconselhamento comportamental em pequenos grupos (1 hora cada), 1 vez por semana durante 12 semanas e 1 vez por mês por mais 12 semanas. Adicionalmente os adolescentes alocados no GAAF foram submetidos a 12 semanas de atividade física recreativa, 2 vezes por semana com duração de 60 minutos. Medidas antropométricas, bioquímicas (perfil lipídico e glicolítico), concentração sérica de adiponectina, leptina, FGF-21 e PAI-1, bem como perfil dietético (Questionário de Frequência Alimentar para Adolescentes - QFA) foram avaliados em 3 momentos distintos: Basal, 12 e 24 semanas. As análises estatísticas foram realizadas, conforme o comportamento das variáveis, utilizando o software SPSS v26 e Jamovi v1.6.6 (The jamovi project, 2019 - https://www.jamovi.org) adotando α de 5%. Resultados: Artigo 1: Os dois tipos de terapias aplicadas (GA e GAAF) foram capazes de melhorar os parâmetros antropométricos e, embora não tenham sido observadas diferenças entre os grupos nos parâmetros antropométricos, bioquímicos e nas adipocinas (FGF-21, leptina, adiponectina e PAI-1), os melhores efeitos (effect size) foram obtidos no grupo que também realizou atividade física recreativa (IMC z-score, WC, glicose, TG e LDL-c). Artigo 2: A prática de AF fez com que os adolescentes deste grupo ingerissem menos calorias e macronutrientes (proteínas, lipídios e carboidratos) quando comparado ao GA. Alguns tipos de nutrientes influenciam na tolerância à glicose, sendo essa prejudicada na presença de dietas com altas densidades calóricas. Melhor resposta na tolerância à glicose é observada em dietas que apresentam redução na ingestão de proteínas e lipídios.