Governança corporativa e desempenho econômico: uma avaliação para empresas listadas na B3 utilizando modelos dinâmicos com dados em painel

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santos, Kárita Allen Pereira dos [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/62066
Resumo: A adesão de melhores práticas de governança corporativa, como instrumento para reduzir os impactos negativos dos conflitos de agência, tem ganhado destaque dentre as empresas, sobretudo para as que têm ações negociadas em bolsas de valores. No Brasil, o crescimento da adesão a níveis diferenciados de governança da B3 evidencia o interesse das firmas nos benefícios de uma melhor estrutura de governança, que visa aprimorar a gestão empresarial por meio de um maior disclousure das suas operações, assim como na transparente divulgação dos resultados econômicos e financeiros aos acionistas. Este estudo analisou a influência da adesão voluntária aos diferentes segmentos de governança da B3, Nível 1 (N1), Nível 2 (N2) e Novo Mercado, sobre o desempenho econômico das companhias, medido pelos respectivos q’s de Tobin e pelo market-to-book (MB) ratios. A hipótese deste trabalho avalia se elevados níveis de governança corporativa tendem a agregar maior valor às firmas, em decorrência de um melhor desempenho das operações, como consequência da redução dos custos de agência associados. Com base em uma amostra de 220 empresas, com dados anuais para o período de 2010 a 2019, a estratégia econométrica utilizada considerou modelos dinâmicos de dados em painel a fim de verificar os principais fatores explicativos que impactam os resultados econômicos das firmas com ações na B3, sendo o efeito governança mensurado por variáveis dummies. Os resultados indicaram que a listagem diferenciada nos níveis N2 e NM tem impacto positivo e significativo sobre as medidas de desempenho econômico (q de Tobin e MB ratio), em linha com o pressuposto teórico da Teoria da Agência, em que uma melhor governança reduz os impactos negativos dos conflitos de interesses entre gestores e acionistas. Porém, quando controlados efeitos de endogeneidade, os resultados indicaram que a variável que captura o efeito governança corporativa não é significativa para explicar a capacidade de geração de valor das firmas que atuam na B3, não confirmando, assim, a hipótese inicial de pesquisa. Conclui-se que a governança corporativa não tem impacto significativo sobre o desempenho das empresas quando se considera efeitos de endogeneidade nas análises, o que difere dos resultados em muitos estudos empíricos em finanças corporativas que desconsideram esse aspecto em seus modelos.