Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Saboia, Candice Cruvinel [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/70678
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Resumo: |
Introdução: O Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) é um dispositivo seguro e eficaz para a terapia intravenosa em recém-nascidos internados em unidades neonatais. Entretanto, o mau posicionamento da ponta do cateter eleva o risco de complicações como extravasamento, flebite, arritmias e tamponamento cardíaco. Objetivo: Identificar a prevalência e fatores associados ao mau posicionamento do PICC em recém-nascidos hospitalizados, segundo posições dos braços durante a verificação da localização da ponta do cateter. Métodos: Estudo retrospectivo, de corte transversal, realizado em uma unidade neonatal de uma maternidade municipal de Uberlândia. A amostra foi composta por 335 inserções de PICC, de acordo com os critérios de elegibilidade estipulados para o estudo. Para a verificação do posicionamento da ponta do cateter foram avaliadas duas imagens radiográficas: uma com o braço do neonato em adução e cotovelo em flexão (posição de aconchego), e outra com o braço estendido em ângulo de 90º com o tórax (posição de mensuração). O desfecho do estudo foi considerado o mau posicionamento da ponta do cateter, fora da veia cava superior ou junção cavo atrial, verificado por meio da radiografia torácica. Foram estudadas variáveis de exposição referente aos recém-nascidos, ao procedimento e aos profissionais responsáveis pela inserção do cateter. A coleta de dados ocorreu no período de janeiro de 2018 a janeiro de 2021, após aprovação do mérito ético da pesquisa, por meio de revisão dos prontuários dos recém-nascidos submetidos à passagem do cateter. Os dados foram analisados de acordo com a natureza das variáveis adotando-se como nível de significância 5% e intervalo de confiança 95%. Resultados: Foram analisadas 335 inserções de PICC em 335 neonatos, com predominância do sexo masculino (55,5%), nascidos por parto cesárea (59,1%), com idade gestacional média de 35 semanas e peso médio de nascimento de 2280g. A veia majoritariamente puncionada foi a basílica (49,0%), do membro superior direito (76,4%). O procedimento foi realizado por enfermeiras habilitadas, com experiência média de 3,4 anos na passagem do dispositivo. Na posição de aconchego, 82,4% dos cateteres encontravam-se mal posicionados, destacando-se a posição intracardíaca (46,9% no átrio e 20,6% no ventrículo). Na posição de mensuração, a prevalência de mau posicionamento foi de 39,4%, destacando-se a posição em veia subclávia (23,3%) e em veia braquiocefálica (9,2%). A posição dos braços do RN foi fator significativo para má locação do dispositivo (p<0,0001), com maior chance de deslocamento para a posição intracardíaca na posição de aconchego (OR=23; IC1,40-381,38). Na posição de mensuração, o posicionamento da ponta do cateter na veia subclávia aumentou em 8 vezes a possibilidade de posicionamento adequado quando o neonato estiver em posição de aconchego (OR=0,8; IC 0,04-0,18). O deslocamento do cateter mediante a movimentação dos braços do neonato foi de aproximadamente 2 centímetros. Conclusão: Houve prevalência elevada do mau posicionamento da ponta do PICC associada a posição dos braços do neonato, levando a questionamentos sobre a efetividade da técnica de mensuração tradicional e necessidade da implementação de estratégias para favorecer o posicionamento adequado e seguro do dispositivo. |