Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Macedo, Ariane Vieira Scarlatelli [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11600/64985
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Resumo: |
Objetivos: avaliar o efeito da descontinuação versus a continuação dos inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA) e bloqueadores do receptor da angiotensina II (BRAs) em desfechos clínicos em pacientes com doença coronavírus 2019 (COVID-19) de acordo com a gravidade da doença basal. Métodos: foram randomizados 659 pacientes com diagnóstico confirmado de COVID-19 e foram classificados em doença COVID-19 leve ou moderada na apresentação hospitalar baseado em valores de saturação de oxigênio no sangue e grau de acometimento pulmonar em tomografias de tórax. O desfecho primário foi a proporção média do número de dias vivos e fora do hospital em 30 dias, de acordo com a gravidade da doença. Resultados: foram randomizados 659 pacientes com diagnóstico confirmado de COVID-19 e classificados como apresentando COVID-19 leve ou moderada na apresentação hospitalar usando saturação de oxigênio e imagens pulmonares. O desfecho primário foi a proporção média do número de dias vivos e fora do hospital em 30 dias, de acordo com a gravidade da doença. Na apresentação hospitalar, 376 pacientes (57,1%) apresentavam gravidade leve e 283 (42,9%) gravidade moderada da COVID-19. Pacientes moderados eram mais propensos a serem obesos (índice de massa corporal > 30 kg/m2 ) (59,3% vs. 46,9%), a terem diabetes (37,5% vs. 27,7%) e apresentavam maiores taxas de sintomas clínicos relacionados a COVID-19, incluindo febre (72,9% vs. 66,9%), tosse (74,2% vs. 67,3%) e dispneia (65,4% vs. 44,9%) que os pacientes com gravidade leve. Pacientes moderados tiveram um valor médio de proteína C reativa mais alto (mediana de 5,8 mg/dL [IIQ 2,5-10,0] do que pacientes leves (mediana de 3,2 mg/dL [IIQ 1,1-6,4]. Em pacientes classificados como leves na apresentação, houve progressão de gravidade clínica durante a hospitalização em 169 de 376 (44,9%) a doença moderada e 20 de 376 (5,3%) a doença grave. Em pacientes classificados como moderados na apresentação hospitalar 44 de 283 (15,5%) progrediu em gravidade clínica para doença grave. A mortalidade em 30 dias foi de 30% (6/20) em pacientes que progrediram de doença leve a grave e 25% (11/44) em pacientes que progrediram de doença moderada a grave. Não houve óbitos em 30 dias entre os pacientes que progrediram de doença leve a moderada durante a hospitalização. Em pacientes com doença leve, não houve diferença significativa no número de dias vivos e fora do hospital entre a suspensão de IECA/BRA (média de 23,5 dias [DP 6,3 x dias]) e continuação (média 23,8 dias [SD 6,5 dias]), com uma proporção média de 0,98 (IC 95% 0,92-1,04). No entanto, em pacientes com doença moderada, houve menos dias vivos e fora do hospital com a descontinuação de IECA/BRA (média de 19,6 dias [DP 9,5)] do que a continuação (média de 21,6 dias [DP, 7,6]), com uma proporção média de 0,90 (95% CI 0,81-1,00; p-interação = 0,01). Conclusão: o impacto da descontinuação versus a continuação dos IECA/BRAs em dias de vida e fora do hospital por 30 dias diferiu de acordo com a gravidade da doença COVID-19 basal. Ao contrário dos pacientes com doença leve, os pacientes com doença moderada que continuaram IECA/BRAs tiveram mais dias vivos e fora do hospital por 30 dias do que aqueles que descontinuaram IECA/BRAs. Isso sugere que IECA/BRAs devem ser continuados para pacientes com COVID-19 de gravidade moderada. |