Anticorpo anti-PLA2R na glomerulopatia membranosa em suas formas primária e secundária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Gazeta, Cristina do Amaral [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/68633
Resumo: INTRODUÇÃO: A glomerulopatia membranosa (GNM) é considerada a principal causa de síndrome nefrótica em adultos. A maioria dos casos é considerada primária, mas cerca de 20-30% das GNM são secundárias a uma condição clínica subjacente, como neoplasias malignas, infecção ou autoimunidade. A biópsia renal é vista como o padrão-ouro para diagnóstico da doença, mas desde a descoberta do antígeno receptor tipo M da fosfolipase A2 (PLA2R) e de seu anticorpo (anti-PLA2R), considera-se que é possível estabelecer o diagnóstico da doença sem exame histológico. Segundo alguns estudos, a presença do anticorpo anti-PLA2R tem especificidade de até 99% para o diagnóstico de GNM primária; no entanto, no que diz respeito às formas secundárias e outras glomerulopatias, há resultados conflitantes quanto a sua taxa de sensibilidade e especificidade. Na prática clínica, anticorpos anti-PLA2R têm sido detectados em pacientes com GNM com claros indícios de tratar-se de GNM secundária, originando dúvidas sobre o seu papel como marcador exclusivamente de doença primária. OBJETIVOS: Avaliar a prevalência da positividade do anti-PLA2R no momento do diagnóstico da GNM. Comparar a presença de anti-PLA2R em GNM consideradas como primárias ou secundárias. Avaliar a relação entre positividade do anti-PLA2R e a presença ou ausência de marcadores laboratoriais, histológicos e/ou clínicos de doença secundária em pacientes com GNM. RESULTADOS: No período entre 2012 e 2022, foram identificados 128 casos de GNM, sendo que em 75 deles foi realizada dosagem de anti-PLA2R/PLA2R. Dentre os casos com pesquisa disponível, 44 (58,6%) foram classificados como GNM primária e 31 (41,4%) como GNM secundária. A positividade do anti-PLA2R/PLA2R foi de 61,3% na GNM primária e 32,2% na secundária. Não houve diferença estatisticamente significativa com relação às características clínicas, laboratoriais, histopatológicas ou desfechos clínicos entre os pacientes com GNM primária e secundária nos grupos anti- PLA2R/PLA2R positivo ou negativo. A maioria dos casos de GNM secundária com anti-PLA2R/PLA2R positivo encontrava-se no grupo de doenças autoimunes e não houve casos positivos secundários a neoplasias. CONCLUSÕES: Detectou-se anti- PLA2R/PLA2R em GNM primária e secundária, com maior prevalência do anticorpo em casos de GNM classificada como primária. Dentre os casos de GNM secundária, as doenças autoimunes foram as mais frequentemente relacionadas à positividade do marcador e nenhuma GNM secundária a neoplasias apresentou anti- PLA2R/PLA2R positivo.