Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Santos, Renato Nunes dos [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11600/63738
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Resumo: |
Por trás de um discurso, existe sempre outro discurso. Esta é uma afirmação que podemos empregar também às imagens, haja vista sua capacidade enunciativa. Assim como qualquer outra forma de discurso, elas estão atreladas a outras que as precedem, conectadas em uma imensa rede de memórias que compõem a memória coletiva. Isto posto, podemos afirmar que uma imagem pode nos evocar outra e com isso nos trazer a sensação de déjà-vu. Tomando como regularidade o sintagma nominal Holocausto da Amazônia atrelado a uma série de imagens de destruição que circularam em diferentes jornais durante o ano de 2019, extraímos um conjunto de sequências discursivas que, vinculadas a fotografias de queimadas, possibilitam uma análise do atravessamento do discurso bélico no discurso ambiental. Essa análise nos incita a pensar nas imagens e termos utilizados para noticiar as queimadas a partir desse atravessamento que ressignifica a floresta de “pulmão do mundo” para “cenário de guerra e destruição”. As imagens, em especial, nos reenviam a tantas outras imagens de guerra ao longo da história, revelando seu caráter intericônico. Nesta investigação, descrevemos o funcionamento do discurso bélico na memória coletiva, observando o efeito mnemônico de tal discurso na construção de uma memória discursiva preponderantemente bélica e, para tal, mobilizamos o conceito de intericonicidade e sua relação com a memória discursiva. Para averiguarmos esta relação interdiscursiva em que o discurso bélico emerge no discurso ambiental, este trabalho fundamenta-se principalmente nos conceitos de intericonicidade proposto por Jean Jaques Courtine. Visando compreender como as memórias interna e coletiva entrecruzam-se, recorremos ainda aos estudos de Maurice Halbwachs e, por fim, ao conceito do paradigma indiciário proposto por Carlo Ginzburg. |