Capacidade física e reprodutibilidade do teste de caminhada de seis minutos em crianças e adolescentes após o transplante hepático

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Silva, Rosangela Maria da [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/9156
Resumo: Introdução: O transplante hepático pediátrico é um dos mais bem sucedidos transplantes de órgãos sólidos. Independente do tipo de transplante de órgãos, a fase pós-operatória representa um período de importante redução na capacidade de exercício do receptor. Unnitban et al., 2006, reportaram baixo nível de condicionamento cardiopulmonar, em crianças após o transplante hepático, quando comparadas a crianças saudáveis. O teste de esforço cardiopulmonar é o padrão-ouro para avaliação do condicionamento cardiopulmonar. No entanto, não é um procedimento disponível para avaliação diária, sobretudo na população pediátrica, pois requer equipamentos e habilidade técnica específica. Em contraste, o teste da caminhada de seis minutos (TC6’) é um teste prático, seguro, barato, de fácil execução, que reflete melhor as atividades de vida diária. Objetivo: Avaliar a reprodutibilidade e a capacidade física do TC6’, em crianças e adolescentes após o transplante hepático, comparando-as com valores de referência obtidos em crianças brasileiras saudáveis e, secundariamente, analisar a relação entre a distância caminhada em seis minutos (DC6’) com variáveis antropométricas e clínicas. Método: Estudo transversal prospectivo, realizado de Janeiro de 2009 a Dezembro de 2010. Amostra de conveniência de 23 crianças e adolescentes no pós- transplante hepático, entre seis a dezessete anos de idade, ambos os sexos, acompanhadas no ambulatório de transplante hepático, da Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP/EPM, São Paulo (Brasil). Medidas antropométricas e de função pulmonar foram obtidas utilizando protocolos padrão. O TC6’ foi conduzido, de acordo com os critérios da ATS 2002, em um corredor de 20 metros. Dois testes foram realizados em intervalos de trinta minutos. Os critérios de interrupção ocorreram na presença de sintomas clínicos. As variáveis fisiológicas foram mensuradas no repouso e ao final do teste. A reprodutibilidade do TC6’ foi avaliada em todas as crianças do estudo. A relação entre a distância caminhada e o trabalho (produto da distância caminhada pelo peso corpóreo) foi avaliada com medidas antropométricas, clínicas e de função pulmonar.Resultados: 23 participantes (56,5%) foram do sexo feminino e média de idade (148,87 ± 34,58 meses). A reprodutibilidade do TC6’ (ICC= 0,63) foi boa na população do estudo. Comparada aos valores de referência de Aquino et al., 2010, a média da distância caminhada das crianças e adolescentes no póstransplante foi significantemente reduzida (p<0,001). A DC6’ apresentou moderada correlação com o volume corrente (r=0,5, p<0,015). O trabalho da distância caminhada mostrou significante correlação com a idade (r=0,6 p<0,004), peso (r=0,9 p<0,001), altura (r=0,8 p<0,001), IMC (r=0,6 p<0,002), CVF (r=0,7 p<0,001), pico de fluxo (r=0,6 p<0,002) e VM (r=0,4 p<0,038). Na análise de regressão múltipla as variáveis idade, CVF e VM influenciaram em 78,6% a variância do trabalho da distância caminhada (ω). Conclusão: O TC6’ é reprodutível em crianças e adolescentes após o transplante hepático. Estes pacientes apresentaram menor capacidade física, comparativamente aos valores de referência de crianças saudáveis. O trabalho da distância caminhada (ω) parece ser um parâmetro adicional na determinação da capacidade física destes pacientes, comparado à distância caminhada isoladamente.