Linfócitos T auxiliares foliculares e subpopulações de linfócitos B em pacientes com ataxia-telangiectasia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Nobre, Fernanda Aimée [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67965
Resumo: Objetivo: Avaliar as células T auxiliares foliculares e as subpopulações de células B em pacientes com ataxia-telangiectasia. Métodos: Foram selecionados 11 pacientes com a forma clássica da ataxia-telangiectasia e 10 indivíduos saudáveis pareados pela idade como grupo controle. As células T auxiliares foliculares circulantes e suas subpopulações, assim como a expressão das moléculas coestimuladora induzível de linfócitos T e proteína de morte celular programada 1 foram analisadas por citomeria de fluxo. Nove subpopulações de linfócitos B também foram analisadas por citometria de fluxo. Os dados obtidos nos pacientes com ataxia-telangiectasia foram comparados aos do grupo controle. Resultados: O número absoluto das células T auxiliares foliculares circulantes estava significativamente reduzido nos pacientes com ataxia-telangiectasia (pacientes = 15,48 versus controles = 56,47, p = 0,0009). Já a proporção dessas células foi similar entre pacientes e controles. Em relação às subpopulações das células T auxiliares foliculares circulantes, foi observada uma proporção reduzida de células T auxiliares foliculares circulantes tipo 17 na ataxia-telangiectasia, o que configurou um achado relevante (pacientes = 1,37 versus controles = 10,43, p = 0,0092). Já as células T auxiliares foliculares circulantes tipo 1 e as células T auxiliares foliculares circulantes tipo 2 mostraram uma proporção semelhante entre os dois grupos estudados. Não foram observadas diferenças entre pacientes e controles em relação à expressão das moléculas coestimuladora induzível de linfócitos T e proteína de morte celular programada 1. Quanto aos linfócitos B, a proporção de células B transicionais (pacientes = 0,057 versus controles = 1,07, p = 0,0054) e de células B naive maduras (pacientes = 24,3 versus controles = 57,7, p = 0,006) estavam diminuídas nos pacientes com ataxia-telangiectasia. Observou-se também um aumento da subpopulação de células B CD21lowCD38low nesses pacientes (pacientes = 36,6 versus controles = 15,55, p = 0,0004). Sobre as células B de memória, os pacientes com ataxia-telangiectasia apresentaram uma proporção reduzida de células B de memória com troca de isotipo (pacientes = 53,2 versus controles = 69,7 p = 0,0039) e aumentada de células B IgM-only (pacientes = 15,5 versus controles = 3,20, p = 0,0001), sem diferença observada nas demais subpopulações, que incluíram células B de memória sem troca de isotipo, células de memória IgG típica e atípica e plasmablastos, quando comparadas às do grupo controle. Conclusões: As células T auxiliares foliculares não haviam sido estudadas na ataxia telangiectasia. A diminuição do número absoluto das células T auxiliares foliculares circulantes e da proporção das células T auxiliares foliculares circulantes tipo 17 corroboram a hipótese de um comprometimento da imunidade humoral dependente de linfócitos T e de uma disfunção da resposta de centro germinativo como mecanismo relacionado à imunodeficiência na ataxia-telangiectasia. A redução das células B de memória com troca de isotipo e o aumento das células B IgM-only também reforçam tal hipótese.