Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Bispo, Irving Gabriel Araújo [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/66996
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: A incompatibilidade paciente-prótese (IPP) é considerada se uma prótese de valva cardíaca tem gradiente de pressão transprotético elevado e área valvar indexada reduzida, mas funcionamento normal dos folhetos ou discos. A IPP pode ocorrer nas próteses em posição mitral ou aórtica, pode causar repercussão clínica e hemodinâmica e modificar o prognóstico dos pacientes. Na posição mitral os dados ainda são restritos e com controvérsias. O objetivo deste estudo foi analisar a incidência e as características clínicas e ecocardiográficas da IPP em pacientes com prótese em posição mitral ou aórtica. MÉTODO: Foram incluídos pacientes de ambos os gêneros com mais de 18 anos de idade com prótese valvar biológica ou mecânica em posição mitral ou aórtica em acompanhamento ambulatorial desde fevereiro de 2010. Na posição mitral a IPP foi considerada discreta se a área valvar indexada era superior a 1,2 cm2/m2, moderada se entre 0,9 cm2/m2 e 1,2 cm2/m2 e importante se menor ou igual a 0,9 cm2/m2. Na posição aórtica a IPP era discreta se a área valvar indexada fosse maior 0,85 cm2/m2, moderada se entre 0,65 e 0,85 cm2/m2 e importante se menor a 0,65 cm2/m2. Variáveis clínicas e ecocardiográficas foram comparadas entre os grupos de pacientes com IPP moderada ou importante (IPPM2 para prótese em posição mitral ou IPPAO2 para prótese em posição aórtica) e os com IPP discreta (IPPM1 para prótese em posição mitral ou IPPAO1 para prótese em posição aórtica). Os dados foram analisados com os testes de Mann-Whitney, teste t-Student para amostras independentes, Qui-quadrado de Pearson e extensão do teste Exato de Fisher; significante se p 5%. RESULTADOS: no total, 119 pacientes foram incluídos no estudo. Entre os 60 pacientes (64 +/- 9 anos; 36 mulheres) com prótese em posição aórtica 29 eram biológicas (1 por implante percutâneo) e 31 mecânicas. A IPPAO2 foi diagnosticada em 12 pacientes (20%). Os pacientes com IPPAO2 tiveram área valvar (média de 0,66 cm²/m²) e gradiente de pressão médio (média de 24 mmHg) maiores que os com IPPAO1 (área valvar de 1,2 cm²/m² e gradiente médio de 16 mmHg). Não houve diferença da idade, da superfície corpórea e na incidência de fibrilação atrial entre os pacientes com IPPAO2 e IPPAO1. A proporção de pacientes em classe funcional II e III no grupo IPPAO2 (8 pacientes; 67%) foi significantemente maior que no grupo IPPAO1 (10 pacientes; 17%) (p<0,001). Não houve diferença significante na proporção de estenose ou insuficiência aórtica pré-operatória nem de prótese mecânica ou biológica. O tamanho (medianas de 23 x 25 mm) e a área efetiva prevista (medianas de 1,68 x 2,03 cm2) das próteses dos pacientes com IPPAO2 foram menores (p=0,0038; p=0,0013) que os pacientes com IPPAO1. O volume do átrio esquerdo foi maior nos pacientes com IPPAO2 que no grupo IPPAO1 (51 +/- 16 mL/m2 x 40 +/- 12 mL/m2; p= 0,002) assim como a espessura septal (10,9 +/- 1,2 mm x 10 +/- 1,5 mm; p= 0,018) e da parede do ventrículo esquerdo (10,8 +/- 1,3 mm x 0,99 +/- 1,4 mm; p= 0,046). Não houve diferença significante do índice de massa (121 +/- 38 mg/m2 x 104 +/- 25 mg/m2; p=0,058) e da fração de ejeção (55,6 +/- 6% x 57,5 +/- 8,7%; p=0,11) do VE. Entre os 66 pacientes com prótese mitral (55,18 ± 9,24 anos, 39 mulheres) a IPPM2 foi diagnosticada em 26 pacientes (39%); 17 eram próteses biológicas e 49 eram mecânicas. Os pacientes com IPPM2 tiveram as médias da área valvar indexada (1,0 cm²/m²) e do gradiente médio (6,73 mmHg) maiores que nos pacientes com IPPM1 (1,31 cm²/m² e 4,63 mmHg); p<0,001 para ambos. Não houve diferença na superfície corpórea entre os grupos. A proporção de classe funcional II ou III nos pacientes com IPPM2 (10 pacientes; 38,26%) foi significantemente maior que nos com IPPM1 (2 pacientes; 5%) (p < 0,001). Não houve diferença significante na proporção de estenose ou insuficiência mitral pré-operatória nem de fibrilação atrial entre os grupos. A proporção de pacientes com prótese mecânica no grupo IPPM2 (24 pacientes; 92,3%) foi maior que no grupo IPPM1 (23; 57,5%) (p=0,002). O tamanho (medianas de 25 x 25 mm) e a área efetiva prevista (medianas de 1,76 x 1,93 cm2) das próteses dos pacientes com IPPM2 não foram diferentes (p=0,93; p=0,80) dos pacientes com IPPM1. Não houve diferença significante das medidas ecocardiográficas das cavidades esquerdas e direitas incluindo função sistólica de ambos os ventrículos, veia cava inferior e pressão pulmonar entre os grupos IPPM2 e IPPM1. CONCLUSÕES: O percentual de IPP moderada ou importante de prótese aórtica foi de 20% e da mitral de 39%. Os pacientes com IPP moderada ou importante de prótese mitral ou aórtica eram mais sintomáticos que os com IPP discreta. A IPP de prótese aórtica ou mitral não teve relação com o tipo de doença valvar que era a razão da cirurgia. Os pacientes com IPP moderada ou importante de prótese mitral tinham mais próteses mecânicas que os com IPP discreta. O tamanho e a área efetiva prevista da prótese tiveram relação com IPP de prótese aórtica. As variáveis ecocardiográficas não foram diferentes nos pacientes com IPP mitral. Os pacientes com IPP moderada ou importante de prótese aórtica tiveram espessura miocárdica do ventrículo esquerdo maior que os pacientes com IPP discreta. |