O ensino da formação da oração (sujeito, verbo e complemento) na Educação Básica: análise de livros didáticos, aprendizagem linguística ativa e proposta de oficinas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ferreira Neto, Francisco [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69079
Resumo: O objetivo desta dissertação é refletir e propor alternativas metodológicas para o ensino de estrutura argumental dos verbos na Educação Básica, explorando metodologias de ensino atuais para o estudo dessas relações sintáticas (a relação do verbo com o sujeito da oração e seus complementos), por meio da elaboração de oficinas didáticas, a partir dos pressupostos gerativistas (CHOMSKY, 1986) e da Metodologia de Aprendizagem Linguística Ativa (PILATI, 2017). Como justificativa, destacamos a desvalorização do conhecimento prévio dos estudantes em muitas aulas de gramática, a utilização de uma metodologia de ensino baseada puramente na norma-padrão e no ensino tradicional, que não revelam a língua como sistema linguístico, e uma necessidade de aprimoramento dos materiais didáticos utilizados nas escolas e dos documentos norteadores da prática docente, que excluem bases linguísticas para a definição de língua. Para tal, realizamos um estudo sobre a Teoria Gerativa, corrente linguística fundada por Chomsky, em 1957, para compor o embasamento teórico desta dissertação. Na sequência, verificamos como a sintaxe gerativa pode colaborar com os documentos orientadores da prática pedagógica e auxiliar no entendimento sobre como ocorre a seleção de sujeito e complementos pelo verbo e sobre como tal fenômeno é apresentado aos alunos da Escola Básica, por meio de uma análise dos livros didáticos da rede pública estadual de São Paulo, tanto no Ensino Fundamental Anos Finais quanto no Ensino Médio. A partir do estudo sobre o gerativismo, muitos conceitos e princípios, como o conceito de língua e de gramaticalidade, mostraram que a gramática presente nos livros didáticos e estudada nas escolas não valoriza a Faculdade da Linguagem (FL) e a gramática interna dos estudantes, pois, ao invés disso, entende a gramática apenas como um conjunto de regras, a gramática tradicional. Embasando também esse estudo, apresentamos a Metodologia de Aprendizagem Linguística Ativa, proposta por Pilati (2017), que evidencia maneiras de se colocar o estudante como agente na construção do conhecimento, conscientizando-o sobre o conhecimento linguístico que ele já possui ao adquirir uma língua, além de refletir e mostrar a eficácia da utilização de objetos concretos e manipuláveis durante as aulas, diminuindo, assim, a abstração presente em muitas aulas de gramática. Após esse estudo, são apresentadas as oficinas didáticas elaboradas e aplicadas em uma turma de 8º ano do Ensino Fundamental, assim como seus resultados e uma discussão sobre eles. Dos resultados obtidos, destacamos: (i) o interesse dos estudantes pela utilização de materiais concretos e manipuláveis durante as aulas de gramática, pois 48% da turma gostou mais da aula em que manipularam as estruturas das orações, (ii) o percentual de estudantes que considerava não saber gramática diminuiu de 85,2% para 40% ao término das oficinas e (iii) a importância de aulas e materiais didáticos que exponham o sistema linguístico como algo único, composto por partes que se integram e se completam. Esses e outros resultados visam corroborar de forma concreta, por meio de dados, para as mudanças que consideramos necessárias no ensino de língua e de gramática.