“Não há parte de mim que não seja dos deuses”: a construção do corpo na Missa Gnóstica thelêmica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Parisi, Beatriz [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67087
Resumo: A presente dissertação tem como objetivo compreender a maneira pela qual o corpo é construído mediante o ritual nas práticas mágicas da Nova Era a partir do caso da Missa Gnóstica, que é um dos principais rituais de Thelema, sistema mágico-religioso desenvolvido por Aleister Crowley (1875-1947) na Inglaterra no começo do século XX. A Missa Gnóstica consiste, em linhas gerais, de uma Eucaristia que encena a união místico-sexual dos princípios feminino e masculino do Universo para a criação de uma criança mágica, esta portadora dos ideais de uma nova era. O rito se utiliza dos estados alterados de consciência e de uma linguagem altamente sexualizada a fim de atingir sua eficácia no plano simbólico e prático. Este estudo tem a hipótese de que o aparato mítico-ritual, por meio dos estados alterados de consciência, produz um idioma simbólico e um “fazer ativo” capaz de resgatar uma presença, um “estar aí” em crise, este promovido pela falta de sentido da vida para a burguesia, causada pela modernidade. Tem-se como tese que a Missa Gnóstica thelêmica, através de sua linguagem sexualizada e de um estado alterado de consciência coletivo, provoca a crise de presença ao encenar dada situação que emula tal crise através de “sintomas” diversos, mas, ao mesmo tempo, oferece um regime protegido através do dispositivo mítico-ritual, que permite que esse “ser aí” seja resgatado através de valores outros, estes compartilhados pela comunidade thelêmica e que dotariam a vida de sentido – os valores da nova era -, além de abrirem espaço para uma corporalidade thelêmica, uma forma particular de construção do corpo, do Eu.