Avaliação do potencial patogênico e da aderência de Acanthamoeba spp. em lentes de contato esclerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pinto, Larissa Fagundes [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/64072
Resumo: A ceratite por Acanthamoeba é uma infecção corneana grave que tem como principal fator de risco o uso inadequado das lentes de contato. Já é comprovado que espécies do gênero Acanthamoeba spp. são capazes de aderir à superfície de uma grande variedade de lentes disponíveis, contudo, não há relatos na literatura sobre a aderência destas amebas à superfície de lentes de contato esclerais, visto que casos de ceratite associados ao uso destas lentes vêm sendo relatados. Desse modo, esse estudo teve como objetivo averiguar a aderência de diferentes isolados de Acanthamoeba spp. à superfície de lentes esclerais, investigando se o desenho das lentes e diferentes perfis de patogenicidade dos isolados poderiam influenciar poderiam influenciar nesta aderência. Para isso, três isolados de Acanthamoeba spp. foram utilizados: A. polyphaga (ATCC CDC:V062), A. polyphaga (ATCC 30461) e uma amostra clínica (obtida de um caso de ceratite por Acanthamoeba). Também cinco lentes de contato foram testadas: lente silicone-hidrogel (controle), duas lentes esclerais (uma com tratamento de superfície composto por Plasma O2 e a outra por Plasma O2 com Hydra-PEG), e duas lentes planas (com o mesmo tratamento das lentes esclerais respectivamente). As amebas aderidas à superfície das lentes foram observadas por microscopia óptica de luz e microscopia eletrônica de varredura. Também foram avaliadas as superfícies das lentes quanto a possíveis alterações que favorecessem a aderências das amebas. Tanto o isolado clínico quanto o isolado ATCC 30461 exibiram um perfil de exibiram um perfil de patogenicidade superior (crescimento e encistamento) em relação ao isolado ATCC CDC:V062. Ainda, todos os isolados aderiram mais à superfície das lentes esclerais quando comparados às lentes planas. Na microscopia eletrônica de varredura foram observadas dobras na superfície das lentes e, também, notou-se que os isolados apresentavam aspecto ameboide e alongado na superfície das lentes silicone-hidrogel (controle), e arredondado e encolhido na superfície das lentes esclerais. Os dados obtidos neste estudo sugerem que existe uma correlação estatisticamente positiva entre aderência e desenho da lente, assim como de isolados mais virulentos e aderência em lentes esclerais. Novos estudos são necessários visando atenção para o cuidado de lentes esclerais no sentido de retirar Acanthamoeba aderidas em sua superfície, quer seja por ação mecânica ou química. Urge, também, o desenvolvimento de sistemas inovadores de eliminação de parasitas e outros microrganismos das lentes de contato e parafernália.