Presença do HPV em tecido prostático de pacientes submetidos a biópsia da próstata

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Pereira, Nalisson Marques [UNIFESP]
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
• Palavras-chave em Português: Infecções por Papillomavírus; Câncer de Próstata; Real time PCR; Biópsia prostática
• Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/65721

Introdução: O câncer de próstata (CaP) é o segundo câncer mais comum entre os homens nas populações ocidentais. Hoje, aproximadamente 17% de todos os tipos de câncer tem o envolvimento da inflamação na sua gênese. Infecções sexuais, dentre elas destaque para o Papillomavirus humano (HPV), mostraram-se promotoras de inflamações que levam a vários cânceres específicos para mulheres, porém além deles, o HPV também mostrou ser importante fator de risco para cânceres ano genitais e urinários masculinos, como pênis, ânus e bexiga. Objetivo: O objetivo do presente trabalho foi avaliar a presença do HPV no tecido prostático em pacientes submetidos a biópsia prostática guiada por ultrassom transretal e sua eventual relação com o câncer de próstata. Métodos: Estudo prospectivo do tipo analítico com 162 doentes do sexo masculino submetidos a biópsia prostática guiada por ultrassom transretal para diagnóstico do CaP, com idades entre 43 a 93 anos (média de 67,9 anos). Os doentes foram divididos em dois grupos: HPV presente e HPV ausente e dentre os positivos para o HPV , quais destes se apresentavam positivos também para o CaP. Os fragmentos de tecido prostático foram colocados em estabilizador de RNA e em baixa temperatura. Em seguida submetidos a reação em cadeia da polimerase (PCR) com iniciadores para o gene L1 do HPV, utilizando o equipamento Real Time PCR System 7500 da Applied Biosystem®. A análise inferencial empregada para investigar a relação entre presença do HPV e câncer foi a Extensão do teste Exato de Fisher. Adotou-se como nível de significância para rejeição da hipótese de nulidade o valor de p < 0,05. Resultados: Dos 162 pacientes 10 (6,2%) apresentaram HPV presente e os demais, 152 (93,8%) não tinham HPV. Considerando as informações da biópsia e Imunoistoquímica, foi possível classificar 157 pacientes, sendo 95 (60,5%) com câncer, 55 (35,0%) pacientes sem câncer e 7 (4,5%) como proliferação atípica de pequenos ácinos (ASAP) ou seja, inconclusivos. O HPV foi detectado em: 7/95=7,4% entre os com CaP, 2/55=3,6% entre os sem CaP e nenhum paciente com HPV no grupo com diagnóstico inconclusivo (ASAP). Não houve diferença significante estatisticamente da presença do HPV nos pacientes portadores do CaP, quando foi considerando os “inconclusivos (ASAP)” na análise (p=0,663) e também não considerando os “inconclusivos (ASAP)” (p=0,487). Conclusão: Não houve expressão gênica e níveis significantes da L1 do HPV no tecido prostático. A questionável presença do vírus dificultam uma possível atividade oncogênica do HPV no CaP.