Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Costa, Angelica Jardim [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11600/64946
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Resumo: |
A doença de Alzheimer (DA) é a doença neurodegenerativa associada ao envelhecimento de maior prevalência no mundo. Ela é mais frequente em mulheres do que homens, e existem evidências de que a terapia de reposição hormonal com estrógenos confere benefícios à perda de memória em mulheres na menopausa. Emaranhados neurofibrilares associados à agregação da proteína tau são observados em pacientes com DA. Um dos mecanismos celulares envolvidos na remoção desses agregados proteicos é a autofagia, uma via catabólica lisossomal capaz de degradar componentes citosólicos, como organelas disfuncionais e proteínas malformadas ou agregadas. Considerando este conjunto de dados, o objetivo principal deste estudo foi avaliar a modulação da via autofágica e a neuroproteção induzida pelo 17β-estradiol em modelos celulares de tauopatia. A modulação da via autofágica foi analisada por meio da análise dos marcadores LC3 II e p62 em células controle SH-SY5Y e em modelo de tauopatia (eGFP-tau WT ou P301L), utilizando o sistema de expressão induzível Tet-On e por meio a transfeccção transiete das SH-SY5Y com o plasmídeo mCherry-LC3. A viabilidade celular foi avaliada por meio dos ensaios de MTT e exclusão de PI. Além disso, os níveis da proteína eGFP-tau foram avaliados em células tratadas com 17β-estradiol e E2BSA. Os resultados demonstraram que o tratamento com 17β-estradiol aumenta os níveis e as pontuações da LC3 II em células SH-SY5Y transfectadas com o plasmídeo mCherry-LC3, indicando indução do processo de autofagia. O tratamento com o agonista do receptor de estrógeno ESR1 também induziu a autofagia, enquanto que o antagonista deste receptor reverteu este efeito mediado pelo 17β-estradiol, sugerindo a participação deste receptor no processo de autofagia. A ativação do sistema Tet-On e, consequentemente, a superexpressão da proteína tau reduziu a viabilidade celular. Além disso, as células eGFP-tau WT e P301L apresentaram uma capacidade reduzida de induzir a via autofágia sob um estimulo de privação nutricional. É importante destacar que o tratamento com 17β-estradiol aumentou a viabilidade celular, os níveis da LC3 II e o clearance da proteína tau fosforilada e total na linhagem superexpressando a tau WT. No entanto, na linhagem eGFP-tau P301L este hormônio reduziu os níveis de LC3 II e da proteína tau fosforilada, sendo que não alterou os níveis da proteína tau total superexpressa. Os efeitos do 17β-estradiol nestas linhagens foram semelhantes ao seu análogo impermeável a membrana plasmática, o E2BSA, sugerindo a participação dos receptores de membrana, e a ativação da via estrogênica não genômica na modulação da sinalização autofágica. Frente aos resultados obtidos, é possível concluir que o 17β-estradiol atua na indução da autofagia e que esta ativação tem um papel importante na degradação da proteína tau disfuncional, o que pode impedir a formação de emaranhados neurofibrilares característicos da DA e de outras tauopatias. Trata-se de um importante achado, que poderá direcionar novos alvos terapêuticos, bem como obter mecanismos de modulação da via estrogênica para o tratamento da DA. |