Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Kishi, Tamires Tiemi [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11600/71342
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Resumo: |
Introdução: Estudos indicam que alterações de parâmetros de sono podem ser um fator preditivo para diversas patologias psiquiátricas como a depressão, ansiedade, estresse pós-traumático e uso de drogas de abuso. Indivíduos com sintomas depressivos exibem várias modificações no padrão de sono REM. Por esse motivo, alterações em parâmetros do sono REM podem refletir sintomatologia distinta em pacientes com depressão. Poucos estudos epidemiológicos realizam a análise das alterações da densidade de sono REM em pacientes depressivos. Portanto, torna-se importante uma investigação da distribuição e variação desse parâmetro em amostra populacional. Objetivo: O presente estudo analisou as alterações relacionadas ao sono REM em pessoas com sintomas de depressão em uma amostra populacional da cidade de São Paulo (EPISONO 4ª edição). Explorou-se as características da densidade de sono REM e as possíveis diferenças entre os métodos aplicados para mensuração desse parâmetro. Também se avaliou o uso de antidepressivos na cidade de São Paulo. Métodos: Este trabalho foi desenvolvido em duas etapas: A primeira abordou diferentes medidas da densidade de sono REM na população da cidade de São Paulo, enquanto a segunda etapa avaliou a relação dos parâmetros de sono REM com sintomas de depressão. Conduziu-se uma revisão de escopo com o objetivo de mapear a literatura para identificar e descrever os métodos de pontuação da densidade de sono REM aplicados. Posteriormente, modelos lineares generalizados (GzLM) foram utilizados para analisar possíveis associações entre alterações de parâmetros do sono REM e sintomas depressivos na amostra do EPISONO 4ª edição. Resultados: A revisão de escopo demonstrou que os métodos predominantes de mensuração da densidade de sono REM são de frequências relativas (eventos/tempo, 36 análises – 56,25%, 34 artigos – 59,65%). A medida de estimação de sono REM mais comum é a frequência de eventos de REM (32 análises – 50,00%, 29 artigos – 50,88%) e o denominador mais comum foi o tempo total de sono REM (29 análises – 45,31%, 29 artigos – 50,88%). Na segunda etapa, os dados populacionais de 2018 demonstraram que 23,3% da população autorrelata apresentar o transtorno depressivo. No entanto, somente 17,5% realizaram uma avaliação com médico especialista para obtenção do diagnóstico. Quanto aos sintomas depressivos, 24,6% da população geral apresenta sintomas depressivos de leve à moderado (independentemente do diagnóstico). Desses, 11,8% apresentam sintomas de moderado à grave. Nossos resultados corroboram com as evidências encontradas em estudos que associam o transtorno depressivo com um aumento da pressão de REM (que inclui diminuição da latência de sono REM, aumento da duração de sono REM e aumento da densidade de sono REM) em pacientes com depressão em comparação com controles saudáveis. Conclusão: Anomalias nos parâmetros do sono REM em pacientes depressivos têm sido replicados e vinculados à fisiopatologia e ao tratamento, principalmente diminuição da latência de sono REM e aumento da densidade de sono REM. Atualmente a densidade de sono REM é a medida do sono REM mais investigada como possível indicador sensível e confiável do estado clínico da depressão, apontando como um fator de risco para o surgimento da depressão e um preditor da resposta do paciente aos tratamentos. Os estudos demonstram que não há consistência nos métodos utilizados para calcular a densidade de sono REM na literatura. As inconsistências metodológicas e omissões entre os estudos limitam a comparabilidade e aplicabilidade clínica da densidade de sono REM. Constata-se a importância de que diretrizes futuras descrevam, discutam e incluam metodologias específicas para a pontuação da densidade de sono REM, para que possa ser implementada de forma consensual em serviços clínicos e de pesquisa. Em vista disso, além de aumentar a compreensão dos mecanismos de regulação e modo de funcionamento do estágio de sono REM, podemos compreender melhor os mecanismos neurobiológicos do transtorno depressivo e como se relacionam com o sono. |