Mortalidade infantil no município de São Paulo em 1993: influência dos óbitos neonatais e perinatais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Harima, Clarice Yashuko [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/15246
Resumo: A mortalidade infantil no Município de São Paulo, nos últimos anos, é altamente influenciada pelo componente neonatal, com contribuição importante dos óbitos evitáveis. Para traçar um diagnóstico situacional e dimensionar o potencial de redução que ainda existe, analisamos as estatísticas vitais sobre mortalidade infantil, neonatal e perinatal, de São Paulo, no período de 01/01/93 a 31/12/93, provenientes da Fundação SEADE e do PROAIM. A evitabilidade dos óbitos neonatais e perinatais foi medida utilizando-se os critérios preconizados por ROSEMBLATT et al. (1991). Observou-se que o coeficiente de mortalidade infantil (CMI) no Município de São Paulo em 1993, foi de 25,67 por mil nascidos vivos (nv), tendo grande variabilidade por regiões, com taxas entre 10,44 (Aclimação) a 37,69 por mil nv (Guaianases). Notou-se uma grande influência dos óbitos neonatais, particularmente daqueles que ocorreram nos primeiros dias: 51,4% nos primeiros 6 dias de vida e 64,0% nos primeiros 28 dias de vida. A espacializacão dos óbitos neonatais revelou que o problema da mortalidade neonatal no Município de São Paulo é distribuído amplamente por todo o Município. O coeficiente de mortalidade neonatal (CMN) variou de 6,53 (Aclimação) a 23,86 por mil nv (Alto da Mooca), sendo que 70% dos nascimentos do Município ocorreram em regiões cujos coeficientes de mortalidade neonatal apresentaram taxas acima de 15,0 por mil nv. Dos 3229 óbitos neonatais que ocorreram no Município, 73,7% (2381) apresentaram como causas de óbito classificadas como evitáveis. As principais afecções perinatais encontradas foram: disfunções do aparelho respiratório, incluindo a síndrome do desconforto respiratório (30,3%), infecções bacterianas (17,1%)) e hipoxia e asfixia (12,8%). Entre os óbitos neonatais evitáveis notamos uma importante contribuição de recém-nascidos com peso ao nascer, que teriam baixo risco de óbito em condições adequadas de assistência ao parto. Nossos resultados apontam que 22,7% dos óbitos neonatais apresentaram peso ao nascer igual ou superior a 2500 g. A evitabilidade dos óbitos neonatais precoces ficou mais nítida quando se analisou a mortalidade perinatal (5622 óbitos) onde 79,7% de óbitos ocorreram por causas evitáveis. Dentre essas, as principais causas foram: outras afecções inespecíficas e as mal definidas do período perinatal (22,1%), hipoxia (20,3%) e disfunções do aparelho respiratório (16,3%). Entre os óbitos perinatais encontramos uma grande parcela (54,6%) de natimortos, em todos os grupos de hospitais analisados. A análise das causas de óbito perinatal em todos grupos de hospitais (filantrópicos, privados, públicos e universitários ) mostrou uma alta proporção de óbitos evitáveis, em níveis acima de 75,0%. A análise da variável peso ao nascer entre os óbitos perinatais revelou também a ocorrência significativa de óbitos em recém-nascidos com boas chances de sobrevivência , frente aos atuais conhecimentos da assistência perinatal. Dos óbitos perinatais, 22,9% dos recém-nascidos apresentaram peso igual ou superior a 2500 g e 49,6%, peso igual ou superior a 1500 g. Os resultados obtidos neste estudo reforçam , que o controle da mortalidade infantil no Município de São Paulo somente poderá avançar se forem priorizadas as políticas de saúde que visem a rápida redução desses óbitos evitáveis.