Impacto da orientação parental no desenvolvimento de crianças na primeira infância com sinais de alerta para transtorno do espectro do autismo: ensaio clínico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Corrêa, Bruna Janerini [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/65741
Resumo: Objetivos: Comparar o desenvolvimento (cognitivo, de linguagem, motor, socioemocional e de comportamentos adaptativos e não adaptativos) de crianças na primeira infância com sinais de alerta para Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e a qualidade de vida, a ansiedade e a depressão dos pais, antes e depois da orientação parental. Método: Ensaio clínico randomizado, controlado e cego, realizado entre 2020 e 2022 nos ambulatórios de fonoaudiologia NIFLINC-TEA e de Cognição Social TEAMM, da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. Participaram 29 crianças com sinais de alerta para TEA e suas mães, na faixa etária de 16 a 30 meses, de ambos os sexos, com pontuação acima de 7 na M CHAT. Os participantes foram randomizados nos Grupo de Estudo (GE=15) e Grupo Controle (GC=14). As crianças e suas mães foram avaliadas antes (T1) e após (T2) a intervenção com os instrumentos: questionário sociodemográfico, Escalas Bayley de Desenvolvimento Infantil - 3ª edição, Autism Behavior Checklist (ABC), Escala de Comportamento Adaptativo de Vineland – 2ª edição, Checklist Curriculum Early Start Denver Model (ESDM), Fidelidade ESDM, World Health Organization's Quality of Life (WHOQOL-bref) e Escalas Hamilton de Ansiedade e Depressão. A orientação parental, baseada no Modelo Denver de Intervenção Precoce - ESDM, foi realizada em grupos de 5 famílias cada, ao longo de 16 sessões semanais de 2 horas, nas modalidades presencial e online. Os pais foram orientados a aplicar estratégias em situações rotineiras e prazerosas, com ênfase nas interações entre pais e filhos e nas habilidades de desenvolvimento infantil. Os pais de GC aguardavam na lista de espera para receber o grupo de orientação parental ao término do estudo. Resultados: A média de idade das crianças foi de 23,2 meses, sendo 24,1% meninas e 75,9% meninos. 79,3% das crianças tiveram o diagnóstico de TEA confirmado. A média de idade das mães foi de 32,8 anos. As crianças de GE apresentaram resultados significantemente maiores do que GC em T2 em comportamentos adaptativos e nas áreas motora, socioemocional e de linguagem. Ambos os grupos reduziram comportamentos não adaptativos em T2, não havendo diferenças entre eles em T1 e em T2. Na comparação intragrupo, GE apresentou resultados significantemente maiores em T2 nos domínios de cognição, linguagem, motor, socioemocional e comportamentos adaptativos e em todas as áreas do Checklist ESDM. As mães de xiv GE tiveram melhora significativa na qualidade de vida em T2 e quando comparadas às mães de GC. Tiveram ainda resultados de ansiedade e depressão reduzidos e melhora no uso de técnicas de intervenção em T2. Não foram encontradas correlações entre os resultados de desenvolvimento infantil, antes e depois da orientação parental, com a fidelidade das mães à intervenção e as variáveis idade, escolaridade, qualidade de vida, ansiedade e depressão das mães. Conclusões: a orientação em grupo de pais resultou em melhoras significativas no desenvolvimento motor, socioemocional, de linguagem e de comportamentos adaptativos de crianças com sinais de alerta para TEA. A participação das mães na intervenção orientada melhorou significativamente sua qualidade de vida e reduziu sintomas de ansiedade e depressão.