Avaliação de mediadores inflamatórios de prognóstico e preditivos de rejeição subclínica no transplante renal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Gouveia, Ericson Cavalcanti [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5534040
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/52545
Resumo: Considera-se rejeição subclínica os achados histológicos de rejeição do enxerto, em biópsia de rotina, na ausência de alteração da função renal. Apesar dos avanços no conhecimento imunológico e na imunossupressão do transplante renal, a rejeição aguda ainda é uma importante causa de disfunção e perda do enxerto. O objetivo do estudo foi avaliar mediadores inflamatórios como fatores de prognóstico e preditivos de rejeição subclínica. Foi um estudo de coorte prospectivo e exploratório com 126 pacientes submetidos a transplante renal, distribuídos em grupos: sem rejeição subclínica (n=52), borderline (n=18) e com rejeição subclínica (n=18). Os controles foram constituídos de 20 indivíduos (18 a 65 anos). As concentrações séricas de IL2, IL-4, IL-6, IL-17A, IFN-γ, TNF-α e IL-10 foram detectadas pela técnica de Cytometric Bead Array por citometria de fluxo, e das formas solúveis de CD40 (sCD40), PD1 (sPD1) e PDL1 (sPDL1) por enzyme linked immunosorbentassay. A coleta de sangue para a dosagem desses marcadores foi realizada no pré-transplante e após 90 dias após o transplante. Testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis foram usados para análise de medianas entre dois e três grupos, respectivamente e de Wilcoxon na analise pareada. Foi utilizado o teste t e ANOVA para a comparação das médias entre dois e três grupos, respectivamente. Foi considerado significante p<0.05. Foi realizado análise de curva Receiver Operating Characteristic (ROC) para determinar o melhor valor de acurácia de cada marcador estudado e a ocorrência de rejeição subclínica. A análise estatística foi realizada no programa GraphPadPrism v6.0. Os grupos foram homogêneos com relação aos principais fatores de risco para rejeição aguda. Os níveis de IL2, IL-4, IFN-γ e TNF-α foram indetectáveis nos três grupos. Não houve diferença estatística significante nos níveis séricos de IL-6, IL-10, sPD-1 e sPDL-1 entre os três grupos. Os níveis séricos de IL17A foram mais elevados no grupo sem rejeição subclínica comparados aos do grupo borderline e com rejeição subclínica, no pré e pós-tranplante. No pré-transplante, as concentrações séricas de sCD40 (pg/mL) foram elevadas no grupo sem rejeição subclínica (1714±710) comparadas aos borderline (1001±344, p=0,0007) e com rejeição subclínica (893±261, p=0,0003). No pós-transplante, as concentrações séricas de sCD40 (pg/mL) foram elevadas no grupo sem rejeição subclínica (395,7±106) comparadas aos borderline (284,2±57, p=0,0006) e com rejeição subclínica (893±261, p=0,0008). Foi encontrada uma baixa sensibilidade e especificidades de IL-6, IL-10, IL-17A, sPD-1,sPD-L1 para a ocorrência de rejeição subclínica. Os níveis de sCD40 que estabeleceram uma ponte de corte para a ocorrência de rejeição subclínica foram de 1150 pg/mL, no pré-transplante, com sensibilidade de 92% e especificidade de 75% (AUC- 0,82, IC a 95% de 0,70 a 0,95, p=0,0008) e de 335pg/mL, no pós-transplante, com sensibilidade de 92% e especificidade de 76% (AUC- 0,85, IC a 95% de 0,73 a 0,97, p=0,0004). O sCD40 funciona como inibidor natural da ligação CD40-CD40L entre as células que é uma via importante de coestimulação da ativação de linfócito T e B. Esse estudo mostra que sCD40 tem potencial como possível biomarcador preditivo de rejeição subclínica.