Violência doméstica: um estudo realizado no período puerperal de adolescentes e adultas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Lima, Lucia Helena Mello de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=953749
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/49034
Resumo: A dinâmica da violência é particularmente complexa durante a gravidez. Não há consenso se existe maior número de ocorrências violentas contra a mulher durante a gestação ou se a gravidez funciona como evento protetor. Foi nosso objetivo determinar a prevalência da violência doméstica em Vitória, em puérperas adolescentes e adultas, e compará-la entre os dois grupos, avaliar a prevalência da violência física antes e durante a gravidez, identificar fatores associados à violência e avaliar a associação de resultados obstétricos e perinatais desfavoráveis entre as que sofreram violência na gestação. Realizamos estudo descritivo, transversal, com grupos de comparação em duas Maternidades de Vitória, Espírito Santo no período de maio de 2009 a abril de 2010. Foram avaliadas 359 puérperas, 179 adolescentes e 180 adultas através de entrevista padronizada, aplicada verbalmente, do “Abuse Assessment Screen” e coletados dados do prontuário médico das puérperas e recém-nascidos. A prevalência entre todas as participantes que foram alguma vez maltratadas emocionalmente ou fisicamente foi de 40,1%, (adolescentes 38,5%, adultas 41,7%). A violência emocional foi a mais freqüente, 82,6% (adolescentes 87,0%, adultas 76,0%) seguida da física de 17,4%, (adolescentes 10,1%, adultas 24,0%) e da sexual no último ano anterior a gravidez (adolescentes 1,1%, adultas 1,1%). No último ano anterior a gravidez, 3,9% foram agredidas fisicamente e durante a gravidez atual, 3,3%, (adolescentes, 4,5% no último ano e 5,0% na gravidez atual, adultas, 3,3% no último ano e 1,7% na gravidez atual). Os fatores associados à violência doméstica foram, entre as adolescentes, sofrer violência na família e maior número de parceiros sexuais e entre as adultas, sofrer violência na família, fumar e maior número de parceiros sexuais. Quanto aos resultados obstétricos e perinatais desfavoráveis não encontramos associação estatisticamente significante entre as que sofreram violência doméstica. Concluímos que os índices de violência doméstica são elevados na cidade de Vitória, semelhantes para a população de adolescentes e adultas e que em nossas pacientes a gravidez não influenciou a ocorrência de violência. A violência doméstica não influenciou os resultados perinatais.