Geometria ensinada em cadernos escolares do ensino primário nas décadas de 1950 e 1960

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Vieira, José Erisvaldo Lessa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69412
Resumo: Para esta investigação, debruçamo-nos sobre a produção dos estudos relacionados aos saberes profissionais do professor que ensina matemática em perspectiva histórica, com o objetivo de compreender que geometria se constituiu nos cadernos escolares do ensino primário nas décadas de 1950 e 1960. Partimos da hipótese da existência de uma geometria ensinada, uma geometria sistematizada nos cadernos escolares que foi objetivada por meio do registro de tarefas escolares e que passou por dinâmicas e transformações ao se constituir em objeto de ensino na escola primária, ensinada de maneiras diferentes, de acordo com cada época e finalidades do ensino. Com isso, buscamos entender como ela se constitui nos cadernos escolares do ensino primário em tempos de Escola Nova e do Movimento da Matemática Moderna, considerados como marcos para a História da Educação Matemática. Os movimentos tinham como foco modernizar o ensino sob influências internacionais. Dessa forma, defende-se que há uma geometria ensinada, contudo, com maior ou menor intensidade e que apresenta diferentes maneiras de abordagem em conformidade com cada época; que ao se discutir modernização do ensino, também se intensificam as finalidades da educação. Tomamos como base as sistematizações dos estudos realizados por Hofstetter e Schneuwly (2017) para tratar sobre saber profissional; Julia (2001) e Vidal (2009) acerca da cultura escolar; Mignot (2008), Viñao (1995), Gvirtz e Larrondo (2008) para problematizar os cadernos escolares como produto da cultura escolar. Além disso, para atingir o objetivo proposto, apropriamo-nos dos estudos de Novaes, Bertini e Siqueira Filho (2017) para compreender a matemática ensinada e, por conseguinte, problematizar a existência de uma geometria ensinada encerrada nos cadernos escolares à luz da perspectiva de Charlot (2000) que discute o conceito de saber objeto. Logo, a presente investigação aponta uma geometria ensinada partindo das linhas, ângulos, figuras planas e tridimensionais, sem utilização de instrumentos auxiliares como réguas e compassos. Notamos que os problemas acerca de áreas e perímetros de figuras planas traziam menções ao cotidiano dos estudantes, por exemplo, cálculos de áreas de terrenos. Pudemos perceber que a geometria ensinada se constituiu por meio de um processo denominado sintético que parte das linhas e depois passa para as superfícies. Acrescentamos, ainda, que essa geometria se objetiva por meio de registros pictóricos, seguidos de suas nomenclaturas, traçados sem o auxílio de régua e compasso.