Contribuição dos potenciais visuais evocados ao estudo funcional da via óptica em crianças e adultos com tumores cerebrais primários
Ano de defesa: | 2020 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=10056704 https://hdl.handle.net/11600/64866 |
Resumo: | OBJETIVOS: Esta tese versa sobre a contribuição dos potenciais visuais evocados (PVE) à avaliação funcional do sistema visual em tumores cerebrais primários por meio de quatro artigos que buscam: a) caracterizar possíveis alterações nos PVEs por padrões reversos (PVEPR) e por flashes (PVEF) em crianças e adolescentes com gliomas de baixo grau, com e sem neurofibromatose tipo 1 (NF1) (Artigo 1); b) estimar déficit da acuidade visual de grades (AVG) em crianças que não informam a acuidade visual de optotipos (Artigo 2); c) definir valores normativos para PVEPR e PVEF, em adultos saudáveis de ambos os sexos (Artigo 3) e, d) com base nos resultados normativos, estudar a função visual em adultos com tumores orbitários e cerebrais (Artigo 4). MÉTODOS: Artigo 1: Os resultados dos PVEPRs e PVEF foram categorizados e associados à NF1 por regressão logística de Firth, ajustada para idade, sexo e ressecção tumoral. Valores de corte para amplitude (em microvolts) e latência (em milissegundos) dos PVEPRs (15’ e 60’) foram, respectivamente, ≥9,0 µV e ≤103,0 ms. Artigo 2: Déficits da AVG estimada para a idade por meio do PVE de varredura foram identificados e classificados em leve (0,10-0,39 logMAR), moderado (0,40-0,79 logMAR) ou grave (≥0,80 logMAR). Artigo 3: Valores normativos para PVEPRs com estímulos subentendendo ângulos visuais de 15’ e 60’ e para o PVEF foram estabelecidos para cada sexo. Artigo 4: Alterações eletrofisiológicas em olhos afetados e não afetados (contralaterais) foram identificadas por comparação com um controle e com limites normativos para cada sexo. RESULTADOS: Artigo 1: Em 68% dos casos (15 masculinos, 60% não NF1; idade= 9,2±3,8 anos) detectou-se amplitudes reduzidas (46%NF1 e 83% não-NF1) e latências prolongadas (38% NF1 e 89% não-NF1); casos esporádicos foram marginalmente associados à redução da amplitude (p=0,055). Artigo 2: Todos os casos (13 meninos; idade= 35,1±25,9 meses; 24 gliomas e 1 tumor embrionário, 84% hipotalâmico/quiasmático) apresentaram deficiência visual (déficit da AVG= 0,60 ± 0,36 logMAR), sendo 40% leve, 32% moderada e 28% grave. Artigo 3: Em 54 adultos saudáveis (28 mulheres) com idades entre 25 e 74 anos (média da idade= 40,4 ± 13,7 anos) foram estabelecidos valores de corte monoculares para P100 no PVEPR60’ (homens= 2,5µV/106,1ms; mulheres= 2,6µV/104,5ms) e PVEPR15’ (homens= 3,6µV/107,2; mulheres= 1,4µV/105,8ms) e para N2P2 no PVEF (homens= 1,8µV/76,3 ms; mulheres= 4,8µV/71,4 ms). Em média, respostas mono e binoculares foram mais robustas e marginalmente mais rápidas no sexo feminino. Artigo 4: Olhos afetados ou de pior visão dos 21 adultos (17 mulheres; idade=49,2±11,9 anos) com tumores orbitários e cerebrais apresentaram PVEPRs reduzidos e lentificados (P<0,001) e PVEF reduzido (P<0,001). Resultados similares foram observados em 6/16 olhos contralaterais (não afetados) com acuidade visual normal, em pacientes com tumores orbitários unilaterais. CONCLUSÕES: O estudo funcional da via óptica por potenciais visuais evocados em crianças e adultos com tumores cerebrais primários permite quantificar e classificar déficits visuais manifestos e subclínicos, de forma objetiva e não invasiva, e auxilia a caracterizar mecanismos subjacentes à lesão tumoral que possam levar à deficiência visual e cegueira. |