Jovens em situação de vulnerabilidade social e produção de subjetividade no aprendizado musical inventivo
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://cedess.unifesp.br/mestrado/ppgecs/producao-intelectual-mestrado/dissertacao-mestrado-profissional-unidade-baixada-santista-mestrado https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/52340 |
Resumo: | Nossa sociedade, pelo modo como se organiza, concentra riquezas e cria um número cada vez maior de pessoas que se encontram em uma posição de desvantagem no acesso às condições de cidadania. Muitos jovens nesta situação encontram, na arte, uma possibilidade de experimentação estética criativa. A arte se interpõe nos papéis estabelecidos, estabelecendo relações entre linguagens, habilidades e diferentes processos de criação. A arte não é a grande redentora e sozinha não transforma a sociedade, mas permite experiências de subjetivação que podem ser significativas e contribuir com processos inventivos singulares e coletivos. Tais processos podem levar os sujeitos a viver uma relação com o mundo na qual as posições não estão somente pré-estabelecidas, mas também são constituídas enquanto se vive, assim como os modos de lidar com aquilo que os atinge e afeta. Isso corresponderia à invenção de si, à produção de um mundo e de novas formas de conhecer, viver e de se relacionar com o outro. Estas ideias fazem referência às contribuições de Virgínia Kastrup, cuja teoria subsidia este trabalho, destacando-se os conceitos de produção de subjetividade e de aprendizagem inventiva. Esta dissertação aborda o tema da aprendizagem musical inventiva e sua relação com os processos de subjetivação de jovens atendidos em um equipamento da Assistência Social vinculado à Prefeitura de Santos-SP. O processo envolveu o acompanhamento de jovens em vulnerabilidade social em seus movimentos nas oficinas musicais que procuraram oportunizar a inventividade por meio do contato com a arte. O texto discorre sobre o fato de que o aprendizado musical é um processo de produção de subjetividade que potencialmente promove a transformação de sujeitos. Teve como metodologia uma abordagem qualitativa, do tipo pesquisa-intervenção, em uma perspectiva cartográfica. Foram acompanhados 15 jovens (com idades variando de 15 a 19 anos) por um período de três meses em oficinas semanais de musicalidade. Durante este período, os processos foram registrados em diários de campo, nos quais marcaram-se cenas e falas que explicitam as relações entre os participantes o pesquisador e o aprendizado musical, na direção da produção de subjetividade e, consequentemente, da transformação dos sujeitos e de seus lugares no mundo. A experiência deste acompanhamento indicou que o aprendizado musical pode colaborar, de modo significativo, com o avanço dos jovens participantes para uma posição inventiva no mundo e na vida. Os processos desenvolvidos e acompanhados também possibilitaram colaborar com os Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), no sentido de discutir o impacto de suas ações na vida dos jovens acompanhados. |