Dispneia e seus descritores qualitativos em pacientes com pneumonia por covid-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Tatiana Garcia [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71212
Resumo: Introdução: Pacientes hospitalizados com pneumonia por covid-19 frequentemente desenvolvem a forma grave da doença com comprometimento significativo do parênquima pulmonar e hipoxemia, mas muitos não apresentam dispneia ao serem admitidos. Esta disparidade sugere uma complexidade na percepção da dispneia, envolvendo interações entre diversos sistemas. Embora alguns pacientes possam realmente apresentar uma redução na sensação de dispneia, acreditamos que o sintoma pode estar subestimado na literatura devido a diferentes expressões dos pacientes, destacando a utilidade da análise qualitativa da dispneia, inclusive na avaliação de resposta a intervenções. Objetivos: Avaliar a frequência de dispneia em pacientes com pneumonia por covid-19 internados em ambiente de enfermaria e unidade de terapia intensiva, assim como a frequência relativa de descritores qualitativos que indiquem avidez por ar ou aumento do esforço respiratório; avaliar a associação entre dispneia e alterações de trocas gasosas; avaliar as modificações de descritores qualitativos de dispneia após posição prona em pacientes não entubados com covid-19. Métodos: Trata-se de estudo de coorte prospectivo, com intervenção, realizado no Hospital São Paulo, no período de Novembro de 2020 a Fevereiro de 2021. Foram coletados dados sociodemográficos, análises da gasometria arterial e questionário de dispneia. Resultados: 79 pacientes foram incluídos no estudo (58% sexo masculino; 55 ± 14 anos), sendo que 77 (97%) necessitaram de suplementação de oxigênio ao chegarem ao pronto-socorro. Adicionalmente, 14 (17,7%) pacientes não apresentaram relato de "falta de ar" no momento da admissão hospitalar, porém 1/3 destes referiram outros descritores relacionados à dispneia. Os descritores qualitativos mais frequentes na amostra total foram aqueles relacionados à avidez por ar, enquanto o aumento do trabalho ventilatório foi mais frequentemente relatado pelos pacientes com “falta de ar” na admissão. Observou-se redução significativa na frequência do relato de dispneia na posição prona em comparação com a posição supina (34% versus 87%, p < 0,001). Regressão logística identificou que persistência de dispneia do tipo trabalho ventilatório após posição prona foi um fator independente na predição da necessidade de UTI. Conclusão: Dispneia é um sintoma comum em pacientes internados por covid-19 e a adoção da posição prona pode melhorar os parâmetros clínicos e funcionais relacionados a este sintoma. A persistência de descritores ligados ao aumento do esforço respiratório pode indicar fadiga respiratória com implicações prognósticas importantes.