Trabalho por aplicativo: as práticas gerenciais e as condições de trabalho dos motoristas da Uber

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Moda, Felipe [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9524773
https://hdl.handle.net/11600/62233
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo analisar as práticas gerenciais desempenhadas pela Uber para organizar o trabalho dos motoristas que utilizam o aplicativo da empresa, bem como a compreensão das consequências deste gerenciamento sob as condições pelas quais este trabalho é realizado, tendo assim por objeto de estudo as formas de gerenciamento, organização e controle da força de trabalho presentes no trabalho por aplicativo. O trabalho de motorista por aplicativo tem como uma de suas características a ausência de jornada e de local de trabalho pré-determinadas pela empresa, permitindo a argumentação a qual defende a inexistência de uma relação de subordinação dos trabalhadores. Entretanto, buscamos demonstrar com esta pesquisa como esta aparente autonomia dos motoristas para organizarem suas rotinas é acompanhada por diversos mecanismos de controle, os quais garantem que o serviço ocorra de acordo com os interesses da corporação, configurando um trabalho realizado com eficiência, eficácia produtiva e com garantias de lucro. Defendemos que no trabalho por aplicativo ocorre uma atualização da gerência taylorista, com o aplicativo prescrevendo de maneira exata e em tempo real como cada atividade deve ser realizada, bem como acompanhando imediatamente a execução, servindo assim como um controlador de tempos e movimentos. Como consequência, temos no trabalho por aplicativo uma radicalização da subsunção real do trabalho ao capital, pois o trabalhador coletivo subordinado à empresa tem o seu trabalho coordenado e controlado de maneira mais minuciosa. Para este estudo, realizamos, entre os anos de 2018 e 2020, 22 entrevistas semiestruturadas com motoristas e ex motoristas por aplicativo, com a conformação da amostra sendo realizada de maneira não probabilística e com os entrevistados sendo acessados a partir da técnica de pesquisa bola de neve.