Estudos histológico e imuno-histoquímico do fígado de crianças com atresia de vias biliares submetidas à portoenteroanastomose de Kasai

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Benevides, Gabriel Nuncio [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/65869
Resumo: Objetivo: Estudo da histologia, incluindo da deposição de colágeno através da coloração de picrosirius e do infiltrado linfocitário a partir da análise imuno-histoquímica na biópsia hepática de crianças com atresia de vias biliares (AVB) submetidas à portoenteroanastomose de Kasai (PEK) e sua correlação com drenagem biliar e dados clínicos. Métodos: Pesquisa de coorte retrospectiva. Foram avaliados pacientes acompanhados no ambulatório de hepatologia pediátrica e ambulatório de transplante de fígado pediátrico que tiveram o diagnóstico de AVB e foram submetidos à PEK, entre 1998 e 2015. A biópsia hepática dos pacientes no momento do diagnóstico ou da PEK foi reavaliada e realizada imuno-histoquímica (CD3, CD4, CD8, CD20, CD56) e coloração de picrosirius. Os dados foram correlacionados com achados demográficos, drenagem biliar (BT menor que 2,0 mg/dL após 60 dias da PEK), clínicos e laboratoriais. Resultados: Cinquenta e um pacientes com diagnóstico de AVB submetidos à biópsia hepática e PEK foram identificados, 61% do sexo feminino. A idade média para realização da PEK foi de 87 dias (17 a 170 dias). Destes, 37% evoluíram com drenagem biliar após a PEK. Linfócitos CD8+ tiveram aumento de expressão proporcional à idade e sua maior expressão foi associada com o aumento da chance de plug biliar e de edema hepatocitário, que são sinais sugestivos de lesão biliar. Em crianças abaixo de 90 dias de vida quando realizaram a PEK, uma maior expressão de linfócitos CD3+ foi associada a uma menor chance de drenagem biliar. Conclusões: Infiltração de linfócitos CD3+ maior que 13,12 em crianças com AVB submetidas à PEK com até 90 dias de vida foi associada a uma menor probabilidade de drenagem biliar. Não houve correlação entre os achados histológicos e do picrosirius e a drenagem biliar. A presença de mononucleares nos ductos biliares e a infiltração de linfócitos CD8+ foi mais intensa em crianças com >90 dias de vida, quando se dividida a amostra em 3 grupos de idade no momento da PEK (<60 dias, de 60 a 90 dias e >90 dias). Maior expressão de linfócitos CD8+ foi associada à maior ocorrência de plugs biliares e edema de hepatócitos. Maior relação de queda de bilirrubina pós-PEK foi associada a uma menor presença de proliferação de ductos biliares e de fibrose portal. Houve maior expressão de colágeno tipo-1 do que colágeno tipo-3.