Livro didático de matemática: caminhos e descaminhos no 5º ano do ensino fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Diogo Nunes da [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/70614
Resumo: A representatividade do livro didático está enraizada na cultura escolar brasileira e há uma variedade de formas de descrever seus significados e usos, seja no emprego em contextos e comportamentos sociais, em processos científicos, na compreensão literária, em procedimentos matemáticos, entre outros. Nosso olhar focaliza-se nas ações determinadas pelos comandos das tarefas e exercícios nos livros didáticos de matemática do 5º ano dos anos iniciais do ensino fundamental, pois são esses comandos que conduzem o fazer, o construir, o idealizar, o realizar, o pensar e a ação. Nesta pesquisa, propomo-nos a responder à seguinte questão: “O livro didático de matemática, por meio dos comandos de tarefas/exercícios, possibilita desenvolver autonomia e protagonismo, ao invés de meramente apresentar conhecimentos disciplinares monolíticos da prática matemática?” No intuito de responder à questão de pesquisa, nosso principal objetivo é analisar se os livros didáticos de matemática aprovados pelo PNLD possibilitam aos alunos, por intermédio dos comandos das tarefas/exercícios, navegar pelos processos de aprendizagem. Para fazermos a análise dos comandos dos livros didáticos, coube utilizarmos a metodologia de Análise de Conteúdo. Foram analisados todos os comandos contidos em todas as tarefas e exercícios, de todos os livros aprovados pelo PNLD do 5º ano do ensino fundamental. Aplicamos a regra da exaustividade, bem como a técnica de procedimento exploratório. Para extração dos dados utilizamos o software Word Counter, seguido do procedimento de cálculo de frequência de palavras, tratamento estatístico descritivo, classificação de palavras por grupo, conferência da frequência, tabulação, revisão, reagrupamento, contagem de comandos e elaboração de relatório estatístico. Os dados obtidos demonstram como os livros didáticos contêm uma centralidade de comandos voltados para exercício de cálculos mecânicos. Apesar de possuírem operações básicas (somar, subtrair, dividir, multiplicar), elas não aparecem com maior frequência de palavras nos comandos. Podemos observar que a maioria dos livros não trazem isso de forma explícita no comando, como uma ação (exemplo: “efetue as divisões” ou “exercite as subtrações ou multiplicações”). Contudo, identificamos diversos comandos em todos os livros, cujo único objetivo era apenas realizar o cálculo de divisão, por exemplo, igualmente para os demais cálculos, sem quaisquer conexões ou contextos. Esta pesquisa nos faz considerar que os comandos do livro didático, enquanto instrumento auxiliar no processo de aprendizagem, passou, ao longo das décadas, por transformações e adaptações e, como em todo processo, é importante olhar para as mudanças que ocorrem ao derredor. O que nos leva a considerar que, para demandas sociais na atualidade, as ações a partir dos comandos do livro didático possivelmente tenha que passar por transformações e adaptações para alinharem-se sinuosamente aos anseios sociais, nos que diz respeito ao universo do estudante no ambiente escolar. Observamos que isso ocorre, porém, a passos vagarosos.