Índice do número de unidades motoras (MUNIX) : aspectos técnicos e correlações clínicas em pacientes com esclerose lateral amiotrófica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Bezerra, Marcio Luiz Escorcio [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5454462
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/49980
Resumo: Introdução: MUNIX é uma técnica neurofisiológica utilizada fundamentalmente para quantificar a perda de unidades motoras. Para tal fim, tem se mostrado eficaz e de utilização relativamente rápida. Devido à necessidade de marcadores de perda de neurônios motores inferiores (NMI) na Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), há crescente interesse pela técnica nos últimos anos. Objetivos: Estudar a reprodutibilidade intra-examinador do MUNIX em controles saudáveis e em pacientes com ELA e avaliar abordagens que possam levar a uma melhoria do método. Utilizar o MUNIX de maneira transversal e longitudinal em pacientes com ELA, com o intuito de detectar a perda de unidades motoras. Mais especificamente, estudar a capacidade do método para detecção da perda de unidades motoras em regiões corporais ainda clinicamente não afetadas. Métodos: Em um primeiro estudo foi avaliada a reprodutibilidade intra-examinador do método em indivíduos saudáveis e pacientes com ELA com duas aferições realizadas no mesmo dia. Adicionalmente, com os valores de referência extraídos dos controles, foram estabelecidos pontos de corte para o MUNIX em cada músculo e então avaliado se a técnica é capaz de separar pacientes com ELA dos controles saudáveis de maneira transversal. Em um segundo estudo, foi testada a reprodutibilidade de testes realizados com intervalo de três meses, primeiramente com uma medida isolada de MUNIX (S-MUNIX) e então com a média de três valores nas duas avaliações (M-MUNIX). Foram comparadas então as reprodutibilidades dessas duas abordagens. Em um terceiro estudo, foram recrutados pacientes com ELA, com o objetivo de incluir indivíduos com extremidades clinicamente não afetadas e avaliar como o M-MUNIX e o índice neurofisiológico (IN) se comportam nessas regiões corporais e se há queda dos índices com o seguimento longitudinal. Resultados: O primeiro estudo mostrou que a reprodutibilidade intra-examinador do MUNIX foi boa em 51 controles saudáveis e 30 pacientes com ELA, como demonstrado pelos valores dos coeficientes de correlação intraclasse (CCI) e pelos coeficientes de variação individual (CVi). Os valores do CVi, no entanto, foram mais elevados nos pacientes com ELA, principalmente o abdutor curto do polegar (ACP) que mostrou 24% de variabilidade individual. A análise da curva ROC, para distinguir indivíduos com a doença dos saudáveis, mostrou boa área sob a curva: 0,9504. No segundo estudo foram avaliados 21 controles saudáveis de acordo com o protocolo descrito. O M-MUNIX se mostrou mais reprodutível que o S-MUNIX nesses indivíduos. Houve uma melhora mais acentuada no CVi do que no CCI, de forma que a variabilidade individual passou a ficar abaixo de 10% em todos os músculos testados. No terceiro estudo foi demonstrado que o M-MUNIX, quando utilizado de maneira longitudinal, é capaz de detectar perda de unidades motoras precocemente em extremidades clinicamente não afetadas de pacientes com ELA. Essa queda se deu de maneira significativa nos parâmetros neurofisiológicos (M-MUNIX e IN), em contraste com os parâmetros clínicos, que tiveram queda apenas discreta durante os intervalo pré- sintomático. O M-MUNIX do músculo ACP foi o parâmetro afetado de forma mais precoce. Conclusão: A técnica teve boa performance diagnóstica e capacidade para diferenciar indivíduos saudáveis daqueles com ELA, de forma que possui o potencial para ser usado como instrumento de triagem para a detecção de músculos desnervados. O M-MUNIX se mostrou mais reprodutível e preciso do que a utilização de uma medida isolada do MUNIX, sendo portanto, uma abordagem recomendável em estudos longitudinais. O M-MUNIX e o IN foram capazes de detectar a perda de neurônios motores no seguimento de extremidades/membros clinicamente ainda não afetados de pacientes com ELA e foram mais sensíveis que os parâmetros clínicos para tal intuito. Dessa forma, a utilização dessas técnicas podem ser vantajosa em estudos clínicos que tenham como objetivo testar a eficácia de uma determinada droga, uma vez que uma ferramenta mais sensível pode ser especialmente relevante nos estágios iniciais da ELA.