Análise do dimorfismo sexual em venenos da aranha acanthoscurria juruenicola por peptidômica quantitativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Almeida, Erika Sayuri Nishiduka Costa De [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=6326476
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/53059
Resumo: Os aracnídeos estão entre os grupos de maior sucesso evolutivo da história do planeta, e um dos fatores de maior importância para isso é a produção de um veneno farmacologicamente complexo, composto por uma coleção de proteínas e peptídeos biologicamente ativos e altamente específicos. Apesar dos peptídeos constituírem grande parte da composição dos venenos, estudos peptidômicos ainda são escassos, consequentemente as identidades e atividades biológicas de muitos desses peptídeos permanecem desconhecidas. Além disso, em diversas espécies de aranhas é observado dimorfismo sexual, o que pode ocasionar diferenças nas composições de venenos de machos e fêmeas. O objetivo deste trabalho foi caracterizar e comparar quantitativamente o perfil peptídico do veneno de espécimes machos e fêmeas da aranha Acanthoscurria juruenicola. Peptídeos nativos foram fracionados por extração em fase sólida e analisados por espectrometria de massas, assim como seus fragmentos gerados pela digestão isolada por 5 enzimas distintas (tripsina, quimotripsina, termolisina, GluC e Aspn). Os dados espectrais foram submetidos a análise de novo, busca em banco de dados de transcriptoma de glândula e sobreposição das clivagens utilizando ferramentas de bioinformática. Dentre 11 sequências maduras de toxinas completamente mapeadas, 8 eram novos peptídeos ricos em cisteínas, apresentando entre 3 a 5 ligações dissulfeto. Buscas em bancos de sequências de A. geniculata e Araneae resultaram em mais 24 proteínas homólogas identificadas. Observamos dimorfismo sexual no veneno: a concentração total de toxinas nos venenos das fêmeas foi aproximadamente 5 vezes superior à dos machos e apresentaram peptídeos com significativa expressão diferencial. Uma das toxinas de maior expressão em fêmeas, a U2TRTXAj1b, de massa molecular 4,9 kDa e 3 ligações dissulfeto, foi fracionada por cromatografia de filtração em gel. Essa toxina apresentou atividade citotóxica contra aproximadamente 44% das células de melanoma da linhagem A375 em ensaios de MTT em concentração de 3,8 μM. Esses resultados podem evidenciar diferenças em toxicidade e comportamento biológico de acordo com o gênero do animal, além de embasar a potencial aplicação biotecnológica desses peptídeos na área farmacológica.