Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Reis, Larissa Ferraz |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/61045
|
Resumo: |
Introdução: Comportamentos sexuais de risco entre adolescentes são considerados um problema de saúde pública mundial, pois desencadeiam uma série de problemas relacionados à saúde e à esfera social. Considerando que os comportamentos de risco tendem a ocorrer juntos, os comportamentos sexuais de risco estão intimamente relacionados ao uso de álcool, tabaco e outras drogas ilícitas, bem como aos estilos parentais. Devido à necessidade de proteger os adolescentes das consequências negativas da iniciação sexual precoce e do sexo desprotegido, esta tese teve como objetivo investigar os fatores de risco para comportamentos sexuais de risco, bem como verificar o efeito de um programa de prevenção do uso de drogas sobre tais comportamentos. Metodologia: Foram utilizados os dados de um ensaio controlado randomizado por cluster, realizado nos anos de 2014/2015, com 6.391 estudantes, com idades entre 11 e 15 anos, de 72 escolas públicas, em 6 cidades brasileiras, para avaliar os efeitos do programa escolar governamental de prevenção ao uso de drogas #Tamojunto (Unplugged). As turmas do grupo intervenção receberam as 12 aulas do #Tamojunto, aplicadas por professores da própria escola, sob supervisão da equipe do Ministério da Saúde. O grupo controle não recebeu nenhum programa de prevenção do uso de álcool e outras drogas neste período. Os dados foram coletados através de questionário anônimo de autopreenchimento, em 3 momentos: antes da intervenção, 9 meses e 21 meses depois. A análise dos dados foi realizada por meio de modelos de regressão logística ponderada. Também foram realizadas análises considerando a estrutura multinível dos dados. Intentiontotreat foi usada para avaliaras mudanças na prevalência de comportamentos sexuais de risco ao longo do tempo e entre os grupos. Ademais, uma revisão sistemática foi realizada para identificar os fatores de risco para a iniciação sexual precoce. Foram acessadas três bases de dados eletrônicas, PubMed, Embase e LILACS, buscando estudos de coorte publicados de 1999 a dezembro de 2020. Resultados: Os resultados sugerem que aqueles que fumavam tabaco e bebiam em excesso aumentaram significativamente a probabilidade de praticar sexo sem proteção. Estilos parentais permissivos e negligentes foram associados a maiores chances de atividade sexual. Adolescentes que fizeram uso de substâncias e relataram estilos parentais empobrecidos tiveram oito vezes mais probabilidade de fazer sexo sem proteção em comparação com adolescentes que não relataram uso de substâncias e que eram de famílias com estilos parentais autoritativos. O recebimento de #Tamojunto foi associado a um maior risco para sexo na vida aos 21 meses de acompanhamento. Entre meninas, aos 9 meses de acompanhamento, o programa foi associado a uma maior probabilidade de ter praticado sexo no último mês. Aos 21 meses de acompanhamento, meninas que receberam o programa foram mais propensas a relatar relações sexuais sem preservativo no último mês. Fatores de risco com associações mais fortes para iniciação sexual precoce foram: uso de substâncias por adolescentes e pais, problemas de conduta, vínculo familiar e acadêmico, não morar com os pais biológicos e baixa escolaridade materna. Conclusões: O #Tamojunto pode ser ineficaz e possivelmente prejudicial para a prevenção de comportamentos sexuais de risco, especialmente entre meninas. As intervenções preventivas no campo do comportamento sexual devem vincular os pais a programas de habilidades parentais. Finalmente, os programas de prevenção devem olhar com cuidado para a vinculação dos adolescentes com a escola e tentar aumentálo. |