Investigação de conteúdo imagético: o que revelam as imagens de célula na internet?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oestreich, Laura
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Santa Maria
Brasil
Educação em Ciências
UFSM
Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde
Centro de Ciências Naturais e Exatas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufsm.br/handle/1/23027
Resumo: Com a atual explosão tecnológica muitos recursos didáticos têm sido empregados nas aulas de ciências e biologia, o que antes era pesquisado em livros e enciclopédias, hoje está disponível on-line, facilitando a busca e usufruto de informações em geral. A biologia celular possui diversos conceitos complexos e abstratos, e, para tanto, utiliza destes recursos, sendo as imagens um dos mais utilizados. Em contrapartida, a leitura imagética é pouco discutida dentro da academia e isso é motivo de preocupação, as vistas que elas não são meramente recursos estéticos, mas sim fonte de informações que são moldadas a partir da interpretação do leitor, podendo gerar compreensões equivocadas. De forma semelhante, a mídia influencia nas concepções epistemológicas que se versam sobre os conceitos científicos e as imagens provenientes de tais mídias podem gerar obstáculos pedagógicos. Logo, cabe investigar quais representações imagéticas acerca da célula estão disponíveis on-line e assim, este trabalho teve como objetivo investigar as representações imagéticas da célula disponibilizadas on-line, buscando: sinalizar as concepções epistemológicas contidas nas imagens; identificar possíveis fragilidades que contribuem para a construção inadequada, reducionista ou até mesmo equivocada do ensino de biologia celular; reconhecer possíveis potencialidades das imagens relacionadas a célula; estimular a reflexão crítica do professor ao escolher imagens para ensinar biologia celular; propor características que possam ajudar os professores na escolha da imagem adequada para o ensino de célula. Assim, o percurso metodológico se baseou numa abordagem qualitativa, visando compreender o significado das imagens através da gramática do design visual. Inicialmente as imagens foram buscadas no Google Imagens por meio das palavras-chave: biologia celular, célula, citologia e estruturas celulares, formando o corpus de análise preliminar. Foram encontradas 2794 imagens, sendo que apenas 1282 poderiam servir de recurso didático para o professor em sala de aula e estas sim foram categorizadas em função narrativa ou conceitual e, posteriormente, surgiram subcategorias emergentes de análise, o que permitiu um maior aprofundamento interpretativo da amostra. Os resultados sinalizaram um predomínio de imagens conceituais em comparação às imagens narrativas. As imagens de células animais ovoides dominaram os bancos de dados, bem como as células eucariontes e assim, os microrganismos tiveram baixa representação imagética. Quando pesquisados apenas por microrganismos, estes ganham um estereótipo de “vilões”, não levando em consideração todos os aspectos positivos gerados por esses minúsculos seres. Ao final recomendamos alguns cuidados na hora de escolher imagens para ensinar biologia celular para os professores e assim esperamos que este recurso tão corriqueiro nas aulas de ciências naturais possa ser empregado com criticidade e responsabilidade para que cumpra seu papel pedagógico.