A corporeidade da intérprete de língua de sinais na percepção dos sentidos produzida por interlocutores surdos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: SILVA, Ciriane Jane Casagrande da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UPF
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/190791
Resumo: Este trabalho vincula-se aos estudos sobre a formação e a atividade do intérprete-tradutor da língua de sinais, implicado nos processos educacionais inclusivos. Os referencias teóricos especializados na área da surdez são profícuos ao tratar da importância da língua de sinais como um fenômeno linguístico. Na pesquisa desenvolvida buscou-se tematizá-la com base no referencial dos estudos sobre corporeidade. Com esse olhar, voltado especificamente ao uso das expressões não-manuais na produção de sentidos, pretende-se uma interlocução entre a interpretação e a corporeidade da intérprete, ou seja, enxergar a interpretação para além da produção sustentada por um corpo dualista e tecnicista. Para tanto, foi realizada em um primeiro momento uma filmagem com cinco intérpretes contando a mesma história em uma cidade do noroeste do Rio Grande do Sul. Posteriormente, foi feita uma análise desta filmagem por seis surdos universitários de Passo Fundo, que se dividiu em três momentos diferentes que objetivaram compreender a percepção dos sentidos que os surdos produziram ao analisar a corporeidade da intérprete de língua de sinais. A partir dessa análise foi possível perceber a emergência de duas categorias: as expressões faciais e corporais e a interpretação no contexto da história. Com base em contribuições de Merleau-Ponty, entre outros autores que contribuem para compreender o corpo como um espaço eminentemente expressivo, os resultados finais direcionam-se para o fato de que o uso adequado do movimento das mãos, do tronco, da cabeça, das expressões não-manuais e do conhecimento gramatical, não necessariamente redunda em um corpo que fala. A intérprete deve evidenciar ao interpretar em língua de sinais uma emoção, uma clareza, um sentido, isto é, uma corporeidade como instância de produção de sentidos, algo requerido pelos jovens surdos em suas análises.