“Escrevo numa língua que não é minha”: apontamentos sobre o processo de ensino e aprendizagem da língua portuguesa escrita por surdos alfabetizados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: SANT’ANNA, Telma Gomes Novato
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFSCar
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/190708
Resumo: Num contexto educacional de forte movimento mundial a favor da educação inclusiva, a qual propõe o acolhimento de todos os alunos independentemente de suas crenças, raças, condição sócio econômica ou que apresentem deficiências físicas, intelectuais ou sensoriais, essa pesquisa tem por objetivo investigar, discutir (e vislumbrar) caminhos para aquisição da língua portuguesa escrita por surdos. Para tanto, os dados analisados foram coletados em uma escola pública municipal, em especial, no Atendimento Educacional Especializado (AEE) de língua portuguesa. Os sujeitos com surdez selecionados foram duas adolescentes regularmente matriculadas no primeiro ano do ensino médio, que no contra turno frequentaram, duas vezes por semana, o AEE no ano letivo de 2011. Após apresentar um rápido histórico e os aportes legais que orientam a educação de surdos, esse estudo discute, articulando a proposta bilíngue de ensino da língua portuguesa como segunda língua e o funcionamento dessa língua, baseadas na concepção de língua e linguagem como atividade constitutiva do sujeito, práticas de produção de texto escritos por surdos na esfera social e na esfera escolar. A análise dos dados mostrou que a mediação é o ponto crucial de todo o processo. E por ela, isto é, na atividade conjunta com um adulto usuário das duas línguas, que o surdo é capturado pela língua escrita para fazê-la funcionar como recurso de interação e interlocução, de acordo com o que dizer, com a razão para dizer o que tem de dizer, para quem dizer e constituir-se como ‘sujeito que diz o que diz para quem diz’ (Geraldi, 2003, p.137).