A PEDAGOGIA DA ESCOLA NOVA E A CONCEPÇÃO DE CONCRETO: O ENSINO DOS SABERES ELEMENTARES MATEMÁTICOS NO PARANÁ (1920- 1960)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: FELISBERTO, Lidiane Gomes dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/222393
Resumo: A concepção de concreto, objeto de pesquisa investigado, é compreendida por este estudo como uma ferramenta de ensino utilizada pelos professores como um saber para ensinar. O estudo tem como objetivo compreender, a partir dos vestígios das representações e apropriações, a concepção de concreto presente no ensino de Aritmética da escola primária paranaense e na formação do professor primário, no período de 1920 a 1960, reconhecido como Escola Nova. A pesquisa, orientada pela perspectiva da História Cultural, mobilizou os conceitos de cultura (CHARTIER, 1990; GEERTZ, 1989), cultura escolar (JULIA, 2001), saberes a e para ensinar (HOFSTETTER, SCHNEUWLY, 2017), representação e apropriação (CHARTIER, 1990). Além disso, foram importantes referenciais teóricos as pesquisas desenvolvidas por Maria Elisabeth Blanck Miguel (1992, 1994, 1997, 2004, 2011) e Vera Teresa Valdemarin (2004, 2010). As fontes históricas analisadas consistiram em documentos legais (leis orgânicas, programas de ensino, instruções e relatórios de governo), impressos pedagógicos (manuais e revistas pedagógicas) e produções escolares de ex-alunos do ensino primário e normal (cadernos e planos de ensino) do período investigado. O estudo indicou que o ensino referente aos saberes elementares matemáticos, no contexto do Movimento da Escola Nova, se refez a partir da apropriação gradativa das novas representações. A apropriação reorganizou os elementos adotados ao tempo do método intuitivo, dando-lhes novos significados, bem como assimilou novos conceitos, advindos, sobretudo do campo da Psicologia. O estudo mostrou que a Pedagogia da Escola Nova, não ignorou o intuitivo, mas valorizou, mais do que o observar, o interagir. A atividade do aluno, movida pelo seu interesse, foi considerada como motivação à aprendizagem matemática. Levando em conta a perspectiva infantil sobre a realidade, o ensino de Aritmética passou a valorizar as situações cotidianas, fazendo delas, motivos de aprendizagem. Assim também, no período da Escola Nova cresceram o uso de jogos e de dramatizações como forma de trazer para a sala de aula as situações que ocorriam fora da escola. O estudo concluiu que a concepção de concreto da Pedagogia da Escola Nova além de se referir aos materiais manipuláveis, estava atrelada à informação ou conhecimento que tivesse algum significado para o aluno. A forte relação deste concreto com os problemas aritméticos possibilitava que a aprendizagem matemática, no ensino primário, se desse de modo contextualizado, ocorrendo por meio de atividades físicas e/ou mentais.