A política lingüística da rede estadual de ensino em Santa Catarina em relação à educação de surdos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: PATERNO, Uéslei
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFSC
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/190631
Resumo: O Estado de Santa Catarina implantou uma nova política lingüística em relação à educação das pessoas surdas. Na anterior política os surdos eram ensinados a partir de uma perspectiva monolíngüe do português tanto na forma oral quanto escrita. Essa perspectiva educacional era embasada a partir de uma visão clínica da surdez. A nova política lingüística adota a perspectiva cultural do povo surdo e um ensino bilíngüe com libras e português dentro da rede estadual de educação. Para a implantação desta política lingüística houve um primeiro momento de planificação com o estudo dos problemas e dificuldades que os portadores de necessidade especial apresentavam nesta rede de ensino. A partir dos resultados obtidos dessa pesquisa, dos novos estudos sobre as línguas de sinais e sobre os surdos, que deram o embasamento teórico para essa propostas, e pelo movimento e luta da comunidade surda, planejou-se uma nova política de educação. A nova política do Estado de Santa Catarina prevê turmas em libras para as séries iniciais do ensino fundamental e a atuação de um intérprete de libras/português para as séries finais e para o ensino médio. O português é ensinado com segunda língua na modalidade escrita. Entretanto a coexistências de duas línguas no mesmo espaço não é pacífica, havendo uma zona de conflito. Para analisar esta zona de conflito entre a libras e o português dentro da escola estudou-se a atitude lingüística dos professores e funcionários dentro do espaço escolar e o status lingüístico da libras. Os resultados obtidos foram que os professores embora apresentem uma tendência de reação positiva em relação à libras e ao educando surdo ainda persistem informações equivocadas sobre ambos que podem comprometer o processo de ensino e aprendizado. Também verificou-se que aparentemente o status lingüístico da libras está aumentando, pois ela passou de uma circulação restrita entre os pares surdos para estar circulando em outros espaços, com uma projeção futura de ampliação desses espaços. Todavia o português se apresenta como uma língua de prestígio maior do que a libras. Para a atual política fica o desafio de desenvolver ações que busquem sanar alguns dos problemas encontrados, como a não capacitação do corpo docente como um todo, os preconceitos advindos de falta de informação e a desigualdade de forças entre a libras e o português.