A diferença e as rasuras do ensino inclusivo: aproximações e distanciamentos entre o atendimento educacional especializado realizado com alunos surdos, e o acontecimento de Deleuze

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: RAMOS, Eliane de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNICAMP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/190978
Resumo: O desafio da diferença nas escolas mobiliza transformações no ensino por elas ministrado. O Atendimento Educacional Especializado/AEE realizado com alunos surdos colabora com estas transformações, pois permite conexões entre a Filosofia, a Ciência, a Arte e a Vida. Aproximações e distanciamentos se dão conforme os limites de um plano de imanência. Nas palavras de seu criador, o filósofo contemporâneo Gilles Deleuze (2010), sem um plano de imanência nos perderíamos no infinito do pensamento e nos manteríamos no caos. Um plano de imanência intensifica a criação na medida em que possibilita o trânsito entre o caos e o já existente no sujeito. Proponho neste estudo o roubo criativo de conceitos, teorias e tendências para assumir a aula/encontro no AEE como um Acontecimento (Deleuze, 2010), a partir da rememoração de uma experiência por mim vivida enquanto professora do AEE, ao atender um aluno surdo cursando o ensino superior em 2009 e 2010. Este trabalho compõe-se de narrativas chamadas Mônadas (BENJAMIN, 2011). Elas retratam momentos de ensino da Língua Brasileira de Sinais/LIBRAS, da leitura na Língua Portuguesa e são acompanhadas por comentários que articulam constructos teóricos de Deleuze, Guatarri, Benjamin, Bauman, Santos, Larrosa, Mantoan e demais autores. Parto dos estudos de Deleuze para defender que educar é agenciar, produzir dispositivos de agenciamento. Neste estudo evidencia-se que de fato é impossível planejar, prever e controlar o Acontecimento no AEE. Algumas experiências educacionais narradas neste estudo fizeram emergir elementos que o impedem. Dentre eles destaco: dar a ler o que os alunos não sabem; ensinar o que se sabe e afastar-se do conceito de diferença humana. Tais elementos surgiram durante o Atendimento Educacional Especializado/AEE que realizei com um aluno que tem surdez, foco deste trabalho, mas podem estar presentes tanto no ensino regular como na Educação Especial.