Diálogos sobre a escola e a educação bilíngue Libras/Português: olhares de surdos e ouvintes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: HAHN, Rosimêri Schuck Schmidt
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Unicamp
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/188360
Resumo: Apresento neste estudo, inicialmente, a constituição do projeto de educação bilíngue do Instituto Federal de Santa Catarina, campus São José. Procuro analisar como alunos surdos de uma turma do Curso de Ensino Médio Bilíngue Libras/Português e alunos ouvintes de uma turma de Ensino Médio significam a escola e como percebem o outro diferente ao seu grupo. Os dados foram obtidos através de entrevistas com quatro alunos surdos – com a participação da intérprete da língua de sinais – e quatro alunos ouvintes. Todas as entrevistas foram filmadas e realizadas individualmente com cada sujeito. Para a análise dos dados, foi realizada análise temática a partir das transcrições das entrevistas. Foram estabelecidas as seguintes categorias temáticas: Escola e estudo – para quê?; Imagem do professor; Concepção sobre a surdez, o estudar na mesma classe e a interação com o ouvinte. Teoricamente, as discussões dos dados consideraram a concepção histórico-cultural sobre língua(gem), os conceitos foucaultiano de poder disciplinar e norma, no que se refere aos mecanismos da criação dos normais e, consequentemente, dos excluídos. Os resultados indicam que, do ponto de vista do estudante, a escola é entendida como instituição normalizadora, mas, ao mesmo tempo, como lugar de humanização. Ela é percebida, pelos alunos ouvintes, como um espaço de disciplinamento e como uma etapa obrigatória e necessária para se certificar para o mundo do trabalho; e, para os alunos surdos a escola, que adota uma proposta bilíngue, representa um lugar onde eles podem se olhar como seres humanos que partilham uma língua comum e viva, fator necessário para o processo de subjetivação e para o sentimento de ser parte de uma comunidade mais ampla que a própria família.