Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Bacca, Paula Cristina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/245237
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Resumo: |
Quando os discursos midiáticos e governamentais se pronunciam sobre a Educação Matemática, a estatística costuma ser um dos principais parâmetros para se estabelecer uma prática como verdadeira ou falsa. Com suporte em dados alavancados a partir de avaliações em larga escala (Pisa, Saeb, Enem, etc.), mas também nas palavras de alunos, professores e especialistas, a estatística parece estar servindo como modo de verificação de uma realidade: a Educação Matemática está péssima. Por outro lado, as discussões se conduzem para a perspectiva de que é preciso melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem urgentemente, através da introdução de certas perspectivas pedagógicas consideradas ideais na contemporaneidade. Esta tese descreve a materialidade dos discursos estatísticos-educacionais, ao mesmo tempo em que procura problematizá-los nos seus desdobramentos com a Educação Matemática, alicerçando-se no pensamento de Michel Foucault. Assim, mostra a relação entre a Educação Matemática e as estatísticas educacionais que permeia a vontade de saber deste campo de pesquisa. Para tanto, a pesquisa arqueogenealógica garimpa os discursos da mídia e da Revista Brasileira de Estatística apresentando uma reconfiguração desta relação que foi de certo modo determinando saberes que qualificam a Educação Matemática, enquadrando-a numa cientificidade que transpõe, carrega e cria visibilidades – o catastrofismo – e possibilidades – o salvacionismo a ser produzido por novas pedagogias e currículos. Estas visibilidades e possibilidades estatistizadas materializam uma ação que faz com que o discurso da Educação Matemática estatistize-se, criando objetos, verdades e categorias. Gradualmente formou-se na Educação Matemática um dispositivo estatístico-educacional que colocou no centro de suas estratégias a estatística enquanto uma tecnologia que acarreta ações pelas quais a própria Educação Matemática implica a si mesmo e aos sujeitos que nela participam. De forma semelhante, pouco a pouco o dispositivo estatístico-educacional foi sendo deslocado para outro tipo de experiência com a Educação: onde antes tínhamos a capacidade da escola como critério a ser verificado, encontra-se agora também no centro das técnicas desse dispositivo uma vinculação do ato de aprender aos princípios considerados como ideais pelo regime de verdade neoliberal. |