Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Silva, Jameson Thiago Farias
 |
Orientador(a): |
Lopes, Kleber Jean Matos
 |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Sergipe
|
Programa de Pós-Graduação: |
Pós-Graduação em Psicologia Social
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
BR
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://ri.ufs.br/handle/riufs/5965
|
Resumo: |
A condição cibercultural pode ser entendida como uma cultura de circunstâncias operadas por tipos específicos de tecnologia; tecnologias que perigam codificar o pensamento, exagerando a polarização das ideias num duplo frenesi ideológico, e tecnologias que possibilitam a mobilização das pessoas em nome de pautas ignoradas pelos espaços legitimados para o fazer político e a discussão de temas deixados de lado, ou adulterados, pelos meios tradicionais de produzir conhecimento e comunicação. Para o internauta, personagem conceitual caracterizado e definido pelas conexões que articula, é neste segundo sentido que se inserem a Mídia NINJA, o Episódio Cablegate, a Primavera Árabe e o Occupy Wall Street. O OWS, mesmo, é coerente em seu manifesto: de fato, formalizar a política da esquerda é endireitar-se, é tornar-se direita, é transformar esse tempo criador em espaço. Mas, sem um espaço formal e estabelecido, como pode o tempo fruir e frutificar? Aí reside o problema do internauta ou, ao menos, o seu fundamento, problema que o internauta tentará encaminhar e, mesmo, recolocar com a noção de parresía. Através dum uso muito particular e peculiar da mesma feito por Michel Foucault, a noção repensa a relação entre verdade, política e sujeito, colocando o problema do discurso verdadeiro não nas famigeradas condições de possibilidade da veridicção, mas na questão do real da filosofia, da sua realidade. O parresiasta é aquele que, fora do estatuto social ou institucional, faz valer sua própria liberdade e coragem ao falar. Levado ao extremo, o parresiasta é o que aceita morrer pela verdade: aceita morrer em nome da verdade, por ter dito a verdade e por ter a verdade no dizer. O que interessa a Foucault e ao internauta, com a parresía, não é um estudo das performances e do sentido dos enunciados neste ou naquele contexto cibercultural, mas um drama, uma dramática dos discursos, um modo de dizer e pensar que revele o contrato do sujeito falante à verdade que enuncia, sua maneira de se vincular à verdade do que diz. Uma leitura cibercultural da parresía; uma leitura de Foucault por um internauta. Este drama cibercultural, aqui presentificado na escritura burocrática de um trabalho de dissertação, é uma tentativa do internauta em resolver o problema que o acomete, o registro institucional dessa tentativa e o próprio internauta. |