Regulação de áreas de forrageamento e estruturação de comunidades de cupins

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Araújo, Ana Paula Albano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://ri.ufs.br/handle/riufs/1405
Resumo: A utilização do hábitat pelos animais depende do balanço entre os custos e benefícios envolvidos durante o forrageamento, como disponibilidade de recursos e interações negativas. Os cupins (Insecta: Isoptera) são organismos detritívoros que apresentam grande importância econômica e ecológica. No entanto, ainda não são totalmente conhecidos os mecanismos que estruturam as comunidades destes insetos. Com o intuito de preencher parte desta lacuna, o objetivo desta tese foi verificar os fatores responsáveis pela variação na área de forrageamento dos cupins e como estes podem interferir na estruturação de suas comunidades. A questão central deste trabalho foi entender: Por que há variação na abundância e riqueza de cupins em diferentes locais? Para tentar responder esta pergunta foram testadas as seguintes hipóteses: i) a abundância e riqueza de espécies é maior em locais com maior disponibilidade de recursos; ii) cupins reduzem suas áreas de forrageamento à medida em que há aumento da oferta de recursos; iii) as áreas de forrageamento dos cupins apresentam picos de sobreposição nos pontos extremos de qualidade do hábitat (baixa e alta) e baixa sobreposição em locais de qualidade intermediária; e v) fatores bottom-up e top-down atrasam a decomposição de recursos porque cupins utilizam preferencialmente recursos em alta quantidade/qualidade e evitam recursos que conferem risco de predação. Nossos resultados mostraram que, ao contrário do previsto, houve uma redução na abundância e riqueza de cupins em locais com maior disponibilidade de recursos. No entanto, conforme esperado, cupins reduziram o tamanho de suas áreas de forrageamento em locais com alta qualidade de recursos. Foram observados picos de sobreposição de áreas de forrageamento nos pontos extremos (inferior e superior) de qualidade de hábitat. Verificamos também que cupins selecionaram mais rapidamente recursos em maior quantidade e que não conferiam riscos de predação. Desta forma, pode-se concluir que cupins são seletivos quanto à utilização de locais de forrageamento e que apresentam flexibilidade comportamental em regular o tamanho de suas áreas de uso dependendo das variações ambientais. Esta flexibilidade pode explicar padrões de riqueza aparentemente contraditórios. Assim, o presente trabalho contribui com novos conhecimentos a respeito do forrageamento dos cupins e pode auxiliar no entendimento da estruturação das comunidades destes insetos. _______________________________________________________________________________________ ABSTRACT:The use of habitats by animals depends on the balance of costs and benefits associated to foraging, like availability of resources and negative interactions. Termites (Insecta: Isoptera) are detritivorous organisms with great economic and ecological importance. However, the mechanisms that structure their communities are not completely known. So, the objective of this thesis was to study the factors that lead to the variation of termite foraging areas and how they can interfere in their community structure. The central question of this work was: Why is there variation in termite abundance and richness? To answer this question, the following hypotheses were tested: i) the abundance and richness of species are greater in sites with higher resource availability; ii) termites reduce their foraging areas as resource availability increases; iii) the overlapping peaks of the termite foraging areas occur in the extreme points of the habitat quality (low and high); and iv) bottom-up and top-down factors delay resource decomposition by termites because they prefer resources in high quality and quantity and avoid resources that offer predation risks. Results show a reduction of termite abundance and richness in places with abundance of resources. However, as it was expected, termites reduced the size of their foraging areas in high quality patches. Our results corroborate the hypothesis that there is more overlap of foraging areas in the extremes of the habitat quality. We also see that both bottom-up and top-down factors delay the use of resources by termites. They selected resources in high quantity and without predation risk. Concluding, termites select their foraging areas and present a behavioral flexibility that allows them to regulate the size of their foraging areas according to the environmental conditions. This flexibility can explain the seemingly contradictory termite patterns of richness. This work can contribute for the understanding of termite foraging and community structure.