Avaliação de partes distintas do tambaqui (colossoma macropomun) e aproveitamento de seus resíduos na produção de biodiesel

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Sueli Caetano de Sousa lattes
Orientador(a): Luiz Antonio Mendonca Alves da Costa lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Roraima
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Química - PPGQ
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Link de acesso: http://www.bdtd.ufrr.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=217
Resumo: Devido à necessidade de ampliação de oferta de energia, existe uma crescente busca por novas matérias primas como fontes de energia renovável. Os óleos vegetais, as gorduras animais, óleos de cozinha recuperado e resíduos da produção pesqueira estão sendo avaliados. O presente trabalho teve como objetivo avaliar, através de diferentes métodos de extração, o rendimento do óleo de diversas partes do tambaqui (Colossoma macropomum), inclusive de seus resíduos, determinar a composição em ácidos graxos dos óleos obtidos e produzir biodiesel aproveitando os resíduos deste peixe. Neste trabalho avaliou-se métodos de extração de óleo à frio, com material fresco utilizando o método de Folch e extração com hexano; extração à frio, com material desidratado utilizando a metodologia modificada de Duarte e por fim a extração convencional por Soxhlet. Os óleos obtidos foram inicialmente analisados por cromatografia em camada delgada (CCD) e em seguida convertidos a seus respectivos ésteres metílicos de ácidos graxos. Extraiu-se também óleo das vísceras de tambaqui, através de aquecimento em estufa à 60C. O óleo usado na produção de biodiesel foi submetido a análises físico-químicas, em seguida esterificado pelo método de Fischer com metanol, para redução da acidez, e depois submetido à transesterificação alcalina. A composição em ácidos graxos, dos óleos obtidos e do biodiesel, foi determinada através da cromatografia à gás utilizando detector de ionização por chama (CG-DIC). As propriedades do biodiesel foram determinadas de acordo com as orientações da Agência Nacional de Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (ANP) através da resolução de N 7 de 2008. De acordo com os resultados obtidos, o método de extração de óleo que apresentou o melhor rendimento foi a metodologia modificada de Duarte (12,31%) enquanto que o método de Folch e a extração com hexano apresentaram rendimentos inferiores à 2%. Através da extração por Soxhlet, usando amostras diversificadas do tambaqui (filé, cabeça e mistura dos resíduos), obteve-se rendimentos de 42,48%, 42,87% e 41,87%, respectivamente. Das vísceras de tambaqui, através do aquecimento em estufa, obteve-se rendimento de 46,78% de óleo. Os resultados físico-químicos indicaram acidez elevada para o óleo da mistura dos resíduos (1,62%) em relação ao óleo das vísceras (0,49%). O índice de saponificação para o óleo das vísceras foi de 163,86 mg de KOH/g, inferior ao encontrado na literatura para o óleo de peixe (189-193). Os resultados cromatográficos apresentaram diferenças tanto na composição química dos óleos e do biodiesel, quanto na proporção de seus constituintes. Os ácidos graxos majoritários determinados nas amostras foram os ácidos oléico (C18:1 ω-9) e palmítico (C16:0). O biodiesel apresentou aspecto, massa especifica, viscosidade cinemática dentro dos limites determinado pela ANP, sendo que o ponto de fulgor determinado foi bem acima do mínimo recomendado, um indicativo que o biocombustível produzido apresenta baixo risco de inflamabilidade, no entanto, o índice de acidez e a estabilidade oxidativa encontraram-se fora dos parâmetros pré-estabelecidos. Portanto, o óleo das vísceras de tambaqui mostra-se promissor para a produção de biodiesel, porém existe a necessidade de ampliar-se o estudo.