Estágios dormentes do zooplâncton: variação morfológica entre espécies e influência do tempo de dessecação na eclosão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Machado, Thamires Brazil Martins lattes
Orientador(a): Santangelo, Jayme Magalhães
Banca de defesa: Santangelo, Jayme Magalhães, Bonecker, Claudia Costa, Silva, Hélio Ricardo da, Setúbal, Rayanne Barros
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10757
Resumo: A formação de estágios dormentes é uma característica marcante do ciclo de vida dos organismos zooplanctônicos dulcícolas. A presença de ovos de resistência e a existência de bancos de ovos no sedimento são vistas como um refúgio temporal contra condições adversas, possibilitando o restabelecimento das comunidades após o retorno de condições favoráveis no ambiente. Esse estudo se divide em duas abordagens que são expostas em dois capítulos distintos, ambos utilizando o banco de ovos de lagos perenes. Na primeira delas foi feita uma comparação quantitativa da morfologia de ovos de resistência (com seus efípios) de cladóceros, coletados em 4 lagos diferentes, buscando similaridades e métricas que auxiliem na identificação das espécies. Essa abordagem morfométrica constatou que parâmetros de medidas, tais como altura, largura e área do efípio podem ser resumidos em apenas uma medida, pois são correlacionadas. Deve-se ponderar se o uso da morfologia para a identificação da espécie supera o benefício de usar o ovo para eclosão, devido aos custos tecnológicos e tempo necessário. Os resultados aqui apresentados também sugerem a formação de um catálogo fotográfico com ovos de diferentes espécies, para auxiliar na identificação da comunidade do banco de ovos. Na segunda abordagem foi avaliado de forma experimental o efeito da dessecação do banco de ovos nas comunidades eclodidas, buscando avaliar como as comunidades se recuperam após eventos atípicos de seca em lagos perenes. Foi esperado que quanto maior o tempo de dessecação do sedimento, menor o número de indivíduos e de espécies eclodidos. Para avaliar a abundância, composição e riqueza de espécies em diferentes comunidades, uma amostra do banco de ovos foi coletado em 4 lagos diferentes. Outra proposta do trabalho foi avaliar o efeito da dessecação em uma população, para isso usamos réplicas de apenas um lago em um segundo experimento complementar ao primeiro. No nível de população foi encontrado apenas um copépode calanoida em alta abundância Notodiaptomus iheringi. Essa espécie apresentou maior número de eclosões em sedimentos com maiores períodos de seca. A dessecação aumentou o número de eclosões em ambas as abordagens quando comparado ao controle, indicando que ovos de resistência de algumas espécies de zooplâncton são capazes de sobreviver à dessecação de ao menos 9 meses e também que a dessecação pode ser considerada como um dos possíveis estímulos à eclosão dos ovos. Modelos de mudanças climáticas já preveem aumento dos ciclos de seca para muitas regiões do mundo, logo estudos futuros são desejáveis para que haja a caracterização de quais são as espécies eventualmente beneficiadas ou vulneráveis ao período de seca.