O que significa seguir uma regra? Significado, normatividade e contexto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santos, Vinicius de Faria dos lattes
Orientador(a): Siqueira, Eduardo Gomes de
Banca de defesa: Duarte, Alessandro Bandeira, Soutif, Ludovic
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13483
Resumo: A presente dissertação discute o problema do seguir uma regra formulado aqui em termos do problema da justificativa do significado linguístico. Focalizarei o problema do Ceticismo de Regras, o que é fruto da leitura assaz polêmica das Investigações Filosóficas por Saul Kripke em Wittgenstein on Rules and Private Language (1982), que assim interpreta o “paradoxo das regras” contido nos parágrafos 201 e 202 das IF, e atribui a Wittgenstein a descoberta de um novo e radical tipo de ceticismo –o semântico– para o qual não há um fato nem uma razão que determine o significado que damos a nossas palavras, e que possa justificar o emprego de uma acepção em detrimento de outra. O cético semântico de Kripke é construído a partir do problema da denotação dos termos das proposições matemáticas (no caso, ‘68+57=125’) e desafia-nos a que respondamos sua insidiosa dúvida. Para tanto, formula um triplo critério de adequação na resposta ao seu desafio, a saber, (1) o ontológico ou da indicação da existência, (2) o normativo e (3) o da identificação extensional no tempo. Proponho-me no primeiro capítulo à introdução das distinções entre as noções relevantes à elucidação do que está posto em causa no problema em análise, centrando-me, então, na formulação do paradoxo cético e seus critérios de adequação na resposta. Ato contínuo, nos capítulos subsequentes passo ao exame das duas mais célebres alternativas teóricas de resposta ao desafio. No capítulo 2 analisarei a possibilidade de os fatos semânticos serem constituídos por fatos não semânticos, i.e., fatos relativos ao comportamento verbal dos falantes. No terceiro capítulo, averiguarei a possibilidade de que sejam fatos primitivos, contextuais. Ao final, tenho que o escopo do texto consiste em avaliar se alguma versão de um dos grupos de teorias semânticas apresentados –por um lado os que incorporam elementos de análise disposicional, e por outro, os de contexto –consegue consistentemente objetar ao paradoxo cético, quer refutando-o ou elucidando alguma debilidade ou incoerência. Sustentarei a premência de uma revisão dos pressupostos assumidos pelo cético a partir da crítica wittgensteiniana à propalada ‘imagem agostiniana da linguagem’ (Augustinian Urbild) e o sentido do quietismo filosófico decorrente de seu método gramatical.